Permanente - Parte VII

Meia - Noite

Pádua, 9 de Janeiro, 2010

Bacco me arrastou até a Universidade tecendo injúrias sobre o garoto que dançara comigo antes da meia-noite. Certamente, ele planejava liquidar o rapaz, mas conhecedor do meu gênio forte e impetuoso, ele não ousou dizer nada que revelasse seus planos ou que me fizesse lembrar os tantos corpos enterrados em florestas que ele havia assassinado.
Bacco também sabe que se algo me acontecer enquanto ele estiver procurando uma "vítima"; o próximo a ser enterrado em floresta seria ele mesmo.
Agostino Bacco leva seu trabalho como guardião à sério e mesmo que ele esteja espumando, praguejando e amaldiçoando o tal Caleb, não fará mais que isso.
Se Caleb não me causasse arrepios eu entraria num romance apenas para provocá-lo e fazê-lo pagar por seus crimes como no Dia da Libertação quando eu era mais nova. Mas por hora, uma cama macia e quente é o bastante e posso pensar em várias outras formas de fazê-lo pagar amanhã.
As dependências da Universidade são mais calmas que o cemitério da cidade depois da meia-noite. Poucos são os que se aventuram nas ruas antigas de Pádua após o pôr do Sol e os moradores mais antigos reforçam a filosofia de não sair da Universidade com histórias assombradas sobre seres que vivem na Terra como sombras e Pádua guarda um número particular desses seres na visão dos anciões.
Não se sabe ao certo como eles são, mas o alarme na voz de Bacco no bar revelou que ele acredita nessas lendas muito mais do que deixa transparecer.
E quando eu encontrei aquele garoto sob a luz fraca do bar foi como se estivesse vendo a própria figura demoníaca que fora pintada na parede da sala de Literatura Pagã no segundo andar da Universidade de Pádua.
Bacco esperou até que eu entrasse no quarto para que ele trancasse a porta levando a chave consigo.
Essa atitude não era comum, da última vez que e me trancou no quarto eu tinha seis anos e ele estava com muito medo de que algo me acontecesse enquanto ele dormia. Há um motivo para esse comportamento e é isso que espero descobrir quando acordar.
Preguiçosamente troco de roupa, escovo os dentes e o cabelo castanho-avermelhado que herdei da minha mãe e corro para  a cama no intuito de sobreviver ao frio.
Devidamente aquecida e com a luz do abajur desligada, lentamente minha mente vai se perdendo num sono profundo.

8 Comentários:

Patrícia comentou:

Ótima contadora de história.. rs adorei!

Tati Tosta comentou:

Gostei muito do escrito. Ain cada vez melhor...Mais curiosa.

Grande Beijo

Tati Tosta comentou:

'Os meus textos? estou trabalhando neles...'

Logo eu posto

Grande Beijo

Rodolpho Padovani comentou:

Venho para agradecer os elogios a mim e ao meu blog, gostei muito *.*
Passo por aqui com mais tempo para ler todas as partes da história...

Bjs =)

Isadora Beatriz comentou:

Você me deixa cada vez mais curiooooossaaa!

Bruna Amorim comentou:

Oi meu amor! Vim aqui agradecer o elogio que você fez ao blog.. ahahaha faço o possivel para agradar a todos! Assim que puder dou uma paradinha para ler suas histórias viu? Já percebi que tem ótimos fãns.. ahah Um grande beijo, B.

amy comentou:

adooorei *-*
:*

Monique Premazzi comentou:

SENHORITA, ME MATA LOGO?
Por que você está quase conseguindo isso sem fazer esforço com esse conto mais que perfeito. Não faz isso comigo, não para assim do nada que eu morro! Eu quero mais. Alias, você me passa quando você acabar? *-*


Beijos

 
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