Vento, ventania.

A força do vento está no horizonte sempre aberto. Nos montes que o impele a voar mais alto, nas folhas do outono que lhe atribue beleza.
O vento, assim como nós, sobrevive das inúmeras mutações que sofre. Com um sorriso, olhos brilhantes e um rubor na face vai o vento beijar os lábios dos amantes por natureza.
Tenho visto, com muita frequência, o poder de sua soberania; de longe se faz de brisa e nos pega de surpresa feito um tufão.
Certo dia, enquanto bebericava o chocolate quente que o papai fez em um fim de tarde, atribui valores ao nosso amigo de espírito. Foi difícil encontrar características sólidas, mas por fim, a tarefa rendeu mais que o esperado.
Não vou relatar minhas conclusões, elas são tão surreais e pessoais que me envergonha expulsá-las de mim. Mas garanto que nessa história não há tragédias nem preconceitos... 
E no meu presente de Brasília-Capital-Nacional vou me aconchegando no moço sem face, na ventania ciumenta.
Vou observando alegremente o vento lamber minhas pernas, e levantar meu vestido para me fazer corar.

2 Comentários:

Italo Stauffenberg comentou:

ooooooie, lembra de mim ainda?

o vento me levou, mas eu voltei!

abração.

Jaynne Santos comentou:

Ah vento...
As vezes brincalhão, outras vezes devastador. Quando chega como brisa; invade a alma, desconcerta-nos, acalma-nos e nos envolve numa paz indescritível. Quando chega feito tornado, invade o corpo, carrega-o, entorpece, deixa-nos bêbados de nós mesmos. Mas, sempre vento, sempre com esse dom de nos fazer sentir o sobrenatural que há sobre esse mundo, tão cheio de realidade.

Beijos.

 
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