Aleatoriamente'

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Dez, trinta, dois, mil e quatro.
Sul, norte; vire à direita.
Corra, não pense, se jogue.
Não fique na margem; procure o fundo.
Latitude adiante noroeste se faz.
Cinco, quatro, três, dois, um!
Aleatoriamente.
Sem grau, cem milhas.
Sem data nem hora.
Subir e não descer.
Alcançar céu, passar nuvens, ganhar espaço.
Por palavras não cifradas.
Experiências quase novas.
Eu mesma, com outra cara, outra roupa.
Apenas uma maquiagem aleatória.

Eu fico bem na solidão'

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Fechei a porta do armário hoje. Cansei de quem tem os acessos exclusivos de mim.
Minha porta está frágil e frouxa. Todas as vezes que tento fechá-la bem, ela abre ainda mais.
Como num quarto; espelhos, cama, penteadeira, som, computador, bugiganga e armário.
É no armário onde se põe as coisas. É nele que se registram os segredos. Em cada gaveta, em todos os compartimentos.
Hoje não tenho vontade. De nada. De deixar ninguém entrar, mexer, abrir, bater, bagunçar e revirar tudo em tudo até achar, Deus sabe lá o quê.
Acordei sem graça hoje. Eu tenho graça ao acordar! Acordo bela, radiante, feliz da vida; mas hoje não.
Encrustei-me como oriço tocado indevidamente, tão nojentinha como lesma no sal.
Tive sonhos estranhos também. Se os tivesse anos atrás, chamaria-os de revelação, mas nesse meu estado de espírto, não.
Esses sonhos me tomaram a noite, desarrumaram-me a mente, desgataram-me o sono.
Sem paciência, sem atentar para os fatos, sem minha fala entusiasmada. Estou sem...
Eu fico bem na solidão. Fico bem, mesmo. Acostumei-me a ser armário! Fico quieta em mim, até que chegue alguém e abra as portas, visualize bastante o que tem dentro, encontre o que quer usar e depois vá embora fechando a porta levando algo de mim.
Porque armário é disposto, não tem trancas, fundo falso ou passagem secreta. É extamente aquilo que você vê e quando não ver, basta encontrar uma gaveta da sua preferência e procurar.
Como eu disse, hoje, cansei.
Não quero ninguém a bisbilhotar, estragando-me as dobradiças. Talvez, mais tarde, se fizer bastante Sol no quarto, eu abra minha parte já exposta, para um banho de Sol tomar.
Porque no resto; eu fico bem na solidão.

Sangue frio.

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Percorro com meus dedos os contornos da sua pele.
Tento atiçá-lo numa tentativa de ouvir algo ritmado no lado esquerdo do seu peito.
Me assusto com a ameaça implícita no seu tom de voz.
E uma parte de mim morre quando você não está por perto.
Tento manter a calma sempre que vai embora deixando-me na escuridão.
Aprisiono meus mais terríveis pensamentos para que, com todo o seu poder, você não seja capaz de escutá-los.
Estou comprometida, não vê? E por mais que insista, minha vida já não pertence nem a mim e nem a você.
O amanhã é quem dirá.
Beijo seus lábios firmes. Sinto seu corpo no meu, mas falta-me o calor.
Percebo a distância que precisa manter; proteção.
Como se não confiasse, como se não acreditasse. Eu sei guardar segredo.
Ed., eu não consigo encontrar palavras pra dizer que eu estava morta antes de você.
E que, como eu queria, você já me transformou.
Sem notarmos, o meu sangue agora corre em ti e, em minhas veias circula o mais terrível sangue frio.
Apenas neste instante, eu sou você: com um vazio-oco no peito, com uma fome e um enorme desejo, sugando tudo de bom que há enquanto espero que o ritmo de um coração termine de uma só vez.
Porque hoje amor, o humano é você! E por hora, eu sou, a sua mais perigosa e encantadora assombração.


- Edição Temática: Musical -

A valsa!

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Acordei saboreando essa manhã como nenhuma outra. Prometi a todas as minhas amigas que eu faria o possível para deixar de lado a minha birra por maquiagem, e colocaria um pouco mais de cor em mim nesse dia tão incomum.
Paul é o meu melhor amigo, meu vizinho, meu parceiro nas aulas de química e o único garoto que tem permissão para frequentar a minha casa. Nos conhecemos há 18 anos, o que representa toda a nossa vida, e sei tanto sobre ele e ele sobre mim que é constrangedor quando conversamos apenas com o olhar.
No mês passado, Paul resolveu quebrar a parede imaginária entre nós. Convidou-me para o baile. Para que eu fosse o seu par em nossa formatura. Ainda deitada na cama, me deixei fixar o olhar no vestido imaculado atrás da porta, preso num gancho. Deixei-me perder dentro dele e a imaginar o momento da valsa.
Ouvi batidas leves na porta e soube, que deste instante até a hora em que o garoto que amo aparecer na sala lá embaixo à minha espera, eu não teria paz. Sem ânimo algum, eu disse as minhas amigas que entrassem. Houve pequenos xingamentos sobre o estado do meu cabelo e certos "ai meu Deus" quando encontraram unhas ruídas. Natalie, Anne e Marie são amigas incríveis. Aquelas que estarão ao seu lado para sempre, e mesmo que você fique despenteada, com unhas estragadas e olheiras; elas ainda irão te amar. Minhas amigas são opostas a mim, mas carregam a mesma simplicidade que possuo. Não sei como isso é possível, mas são tão eu mesma que, por vezes, me assusto.
Nunca passei tanto tempo num quarto recebendo instruções sobre roupas e acessórios quanto hoje. Eu deveria estar desesperada, mas ao que parece, suguei de todas ao redor o auto controle.
- Acabamos! - eu ouvi as três em uníssono.
- Não vai se olhar no espelho? -  perguntou ansiosamente Marie.
Minhas amigas estavam em tal solenidade ... eu não pude contestar.
Encontrei meu reflexo no espelho e por um segundo me contemplei; pude me ver bonita. O vestido branco gelo acentuava minha pele morena e a maquiagem deixou ângulos visíveis em meu rosto no qual eu não percebera antes. Decididamente, eu estava pronta. A campanhia da casa toca e Nath, quase sem fôlego, anuncia que o meu acompanhante me aguarda. Calmamente, degrau após degrau, desço a escada para encontrar a única pessoa que eu desejei ao meu lado nesta noite.
- Alice... - ele disse quando nos encontramos no final da escada. Havia algo em seus olhos e pela primeira vez não fui capaz de decifrar. Minha mãe tirou várias fotografias enquanto seguíamos até o carro dele estacionado em frente a casa. Como um filme adiantado várias vezes, eu vi tudo passar rápido demais: a rua, o estacionamento, a escola, os convidados, alguns amigos do segundo ano e outros formandos como nós dois. Como se meu cérebro estivesse muito mais perspicaz a ponto de estabelecer um só foco ou, totalmente desligado. Não consegui gravar o discurso que alguém fez e nem como cheguei  no palco e peguei meu diploma. Como se, sorrateiramente, pausassem minha mente e somente agora colocaram-me em "play". Percebo que Paul me puxa para dançar e me dou conta do rosto colado, do abraço apertado, dos passos valsados com maestria.
- Alice. - ele me chama delicadamente. Conseguindo conter a força dos seus olhos sobre mim, dou-lhe um sorriso gentil.
- Paul, o que você não me disse em minha casa? - falei sendo casual referindo-me ao enigma em seus olhos.
- Minha pequena Alice, estou cansado de ser seu melhor amigo. - ele disse com tanta convicção que eu não pude evitar engasgar em meio a sua frase.
- Paul... - meus lábios ficaram quietos debaixo do seu indicador esperando que ele terminasse a frase.
- Você não percebe? Estou farto de não poder ficar próximo na intensidade que gostaria, de não ajeitar seu cabelo quando o vento bagunça e de não te colocar presa em meus braços como criança e secar suas lágrimas. Alice, eu não te amo. O que sinto é imensurável. - ele falou sorrindo, descontraído, enquanto me rodopiava no salão abarrotado.
- Paul! Você é que nunca percebeu. - falei entre risinhos exagerados, deixando-me ser conduzida em baile.
Nada mais foi dito. E continuamos aqui, em nossa valsa, rodopiando, rodopiando...rodopiando; eternamente.



 - Edição Temática: Visual / Conto-História -

Porque deu vontade!

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De não ficar assim, me vendo no passado. E soltar a âncora e deixar meu navio ir a todo vapor.
De passar as horas em frente a televisão comendo pipoca e, ouvir bem ao fundo aquela musiquinha clichê.
Porque deu vontade de sair correndo agora e, te abraçar. De gritar bem alto e, de chamar seu nome.
De ficar lá na minha cama enrolada até o pescoço e, brincar de achar desenho em telha.
Deu aquela vontade de chegar e escrever e, ler outras coisas minhas e outras que não são minhas, mas que poderiam ser.
Porque deu vontade de pegar o telefone e passar trote e, de discar números só pra saber se alguém vai atender.
De comer biscoito com goiabada e, tomar suco de limão.
De dizer sim e de dizer não; estou farta dos talvez.
Só pela vontade. E nada mais.
Vontade de não permanecer parada no mesmo lugar.
Porque deu! E se deu, está dado! Quero ver quem vai tirar?!

Nem está grande coisa, mas deu vontade.
Se deixe matar a vontade hoje,
não fique a espera da vontade do dia seguinte.
Minha dica.
 Beijos

Esse tempão todo!

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Porque eu fico besta perto dele...


Quando ele sorrir alegrando meu dia...


E eu não consigo pensar em mais nada, fazer mais nada...

Até quando ele finge ficar sério e resolve brigar comigo!


E nesse tempão todo, ele é a minha certeza de todos os dias.  5 meses, amor!


Deivid Lima.

Carta ao melhor amigo!'

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Senhor Jesus,

As minhas palavras são frias. Por mais que afaguem meus cabelos e beijem a minha face, é do seu toque que tenho saudade.
Meu Senhor, eu andei em todas as avenidas do templo procurando a voz que me chama pelo nome, mas nada pude encontrar.
O movimentar das minhas pernas é o andar em pântano; escuro e desamparado.
Meu Senhor. Todos ao redor dizem a mesma coisa, todos apontam-me uma direção, mas não sei qual seguir.
Mestre, todos falam em pecado. Todos repreendem o diabo e todos querem salvação... mas são todos tão falhos, tão podres, todos iguais ao que sou. Sem distinção.
Sinto-me culpada, Senhor!
Sinto-me suja agora, por ver-me exposta.
Por ver meus defeitos nu e cru.
Mestre, por que fiquei assim? Fui restituída no mundo. Aprecio a camuflada benevolência e bebo todo o vinho; não o vinho do Espírito Santo.
Mestre, eu não posso ser santa, não vê?
Eu já morri, Senhor! Repolso perante a minha lápide, lendo atentamente o meu nome gravado no mais profundo mármore negro.
Aba! Não sou digna. Eu forcei tudo bom em mim a partir. Joguei fora! E não adianta procurar. Pedi ao vento que levasse tudo embora... e ele levou.
Aba. Ninguém entende. Nem eu entendo. Perdi o dom do entendimento. Perdi também a visão e a fala. Só me restou o escrever palavras. Atirar o meu inferno pessoal em papel.
Aba! Para que toda essa iniquidade? Posso ouvir um discurso bonito. E as ações? Não há ações em mim.
Querido Senhor Jesus, como pode me amar se por tantas vezes eu disse adeus?
Se por tantas vezes tranquei a porta e lacrei todas as minhas janelas?
Querido Senhor Jesus, é doloroso olhar dentro de mim; por todos os lados eu vejo sepulcros caiados.
Querido Senhor Jesus, eu não conheço mais a Ti. Escrevo em meio as minhas aflições; já não sei clamar por socorro.
Apenas quero que saiba que sendo pecadora, por vezes, a única vontade que me dar é poder em teu colo me aninhar e te chamar de pai.

Solenemente, R. C. S.

Mereço?

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"Meu mundo em raio-x
eu chamo de: meu texto preferido de Bell.

Apesar de ter vários outros que eu admiro com a mesma intensidade. Esse me deu uma pontada de inveja. Sei lá.
Conversando hoje com Vini, me deu uma vontade de já ter feito isso algum dia, sabe? Me jogar na grama, me esvaziar de pensamentos e olhar só pra mim mesma achando tudo lindo. Nem consigo. Fico olhando o vazio de mim quando estou sozinha e vai me dando medo. "Quando você olha muito tempo para o abismo, ele olha de volta para você." Enfim, é um texto que me deixa invejosa. Tanto pelo enredo meio místico e bastante interno quanto pelas palavras tão bem colocadas.
Parabéns! Seus textos estão crescendo em personalidade. Já vejo você em todos eles e acho que conseguiria dizer se algum texto é seu se o visse solto por aí.
Bell Souza não é mais rabisco de caderno. É escritora. Por enquanto entre amigas, no futuro? Bem, no futuro te desejo sorte! "

Por: Carla Jane Coelho.

Ps: Nem sei se mereço isso. Não tenho a pretensão necessária e nem tenho plano certo para o futuro. Apenas sei que amo escrever e que esta garota é super crítica, minha grande amiga Carla. Ela nunca me disse que um texto estava bom só pra agradar. E em alguns momentos até meteu o pau em certos textos. Me senti honrada com a crítica e vim compartilhar, nem que seja , para tê-la aqui guardada. Obrigada Carla, que eu possa escrever muito mais 'verdades minhas'.
E obrigada a todos aqueles que gostam deste espaço e que com comentários e críticas tornam-me melhor a cada dia. Sempre que dar a vontade de desistir eu tenho meus amigos e vocês obrigando-me a continuar.

Beijinhos.

Meu ponteiro tirou folga'

Comente!
Olho o relógio milheres de vezes. Não consigo mais ouvir a monotonia na voz do professor. Inquieto-me com o calor constante e com o fim do último tempo que custa a vir. Redijo meu nome no cabeçalho do livro. Rabisco a capa do caderno. Escrevo poemas bobos nas páginas em branco. E olhando o ponteiro, é como se todo o relógio estivesse parado.
Começo a bater inquietamente as unhas sobre a mesa. Fecho e abro o zíper do estojo. Analiso as palavras escritas com pincel preto na lousa branca; todas elas parecem destorcidas. Desenho uma careta engraçada na carteira enquanto faço bolas com a minha goma de mascar.
Aceno para as pessoas que passam na porta. Solto beijinhos para os meninos que eu costumo abraçar. Minhas pernas já não ficam tranquilas e o meu corpo se recusa a relaxar.
Verifico se eu tenho tudo o que preciso para ir embora. Vejo pela janela o carro estacionado, pronto para seguir viagem. Dou um sorriso ameno para o dia lá fora e fico esperando o sinal tocar.
Escuto sussurros de uma pergunta que alguém fez; animo-me com a resposta eficaz do professor.
Vejo meus colegas arrumarem seus pertences, esperando nesses míseros instantes numa aula rebelde em terminar.
Sinto sono. Levanto-me para despertar. Caminho no fundo da sala. Coloco o rosto por um dos vidros abertos e me deixo distrair. A paciência sorrir e vai embora num golpe só. Procuro por uma brecha maior onde possa respirar um novo ar. Não encontro nada. Apenas volto e sento no meu devido lugar.
Colo o chiclete embaixo da cadeira. Atiro tudo meu dentro da mochila. Corro em direção a porta percebendo todos os olhares espantados. Numa atidade rápida e confiante, antes de bater a porta e voltar para casa; eu digo num ato de glória: - vão se ferrar!

Ps: Me estressei nessa aula, precisava desabafar. u.u

er...

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Ficou assim o novo layout. Estou curtindo meu momento romântica, então é isso o que importa.
Achei que fosse ser mais cansativo, mas de uma certa forma conseguir dar conta de toda a formatação e edições nesessárias.
Quando eu me sentir mais neutra sobre as coisas tentarei fazer um layout mais ameno em sentimentos. dhasuhsaud
Enfim, é isso!

Espero que aproveitem esse meu estado de espírito.

Beijos.

Ps: Publiquei o prefácio do livro "Espelhos". Olhem as postagens antigas e confiram. Organizarei uma forma de deixar vocês por dentro de todas as atualizações que forem feitas nele. ;)

Depois da meia noite'

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Deixei minha máscara atrás da porta. Deixei meu medo lá também.
Deixei minhas meias palavras e meu olhar devorador.
Estou aqui de cara limpa, sem pudor; apenas para dizer que te amo.
Disse que te amaria, não foi? Sempre digo a verdade...
Disse que ficaria com você no nosso 'para sempre', não foi? Eu nunca escondo nada...
Deixei eu mesma no começo da rua. Deixei minhas convicções iluminando a sala. Deixei o tempo correr solto. Deixei-me então por nós dois.
Estou aqui sem farsas, sem proteção; apenas para dizer que te amo.
Para dizer e fazer. Para ficar e estar. E para salientar: desculpa amor, mas não posso deixar de te amar.

Ps: Dá vontade de ser besta assim por você às vezes. Apenas te amo - Deivid Lima - 5 meses.

Meu mundo em raio-x'

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Tirei as sandálias. Senti a grama molhada sob meus pés quentes. Me deixei flutuar por instantes incertos. Não busquei foco ou forma. Não olhei os buracos que haviam sido abertos em mim.
Andei descompassadamente. Olhei o verde vibrante das árvores, o marrom acolhedor do caule e as pequenas pétalas coloridas que inocentemente se dispunham em nascer.
Pensei em você neste momento, pensei em como foi doce e sincero. Lembrei o quanto os seus beijos me sustentavam e em como as batidas do seu coração me vinham em orquestras.
Perceptivelmente captei aquele seu sorriso gentil que, indolentemente, tornou-se sorriso meia noite.
Dei mais passadas no gramado a minha frente. Passadas firmes para lugar nenhum.
Olhei as crianças que brincavam, seguras, ali perto. Tão absortas da realidade, tão sossegadas em seus ninhos, protegidas da insegura intimidade do mundo aqui fora.
Calei-me então. Permiti que meus pensamentos fossem embora. Abri as portas do que sou. Aceitei que minhas idéias pulassem fora e que as minhas conclusões saíssem voando com asas bem abertas.
Pensei em branco, fiquei no vácuo.
Absorvi em fotossíntese a luz. Dilatei-me, expandi. Joguei os braços para o ar. Joguei a cabelo para ar. Joguei-me no ar ao redor. Pousei segura na esperança fofa do gramado ainda molhado da chuvinha fraca que deu aqui.
Sem armas e armaduras. Sem pesos ou espadas. Apenas eu olhando o céu. Apenas eu brincando com nuvens. Estirada no nada e, do nada saindo do corpo para ir em outro corpo repousar.
Troquei de pele, larguei os ossos; tirando assim um raio x de mim.
De grama em grama. Pedaço por pedaço.
Fiquei como a senhora Cobra do meu quintal que espera um dia igual a esse meu para recolher seus ossos, ganhar pele nova e ir em outras gramas descansar.



Ps: Leia o Prefácio do livro Espelhos e diga se gostou. Meu 1º livro *-*. Beijos

Espelhos.

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Prefácio


É quase impossível um neurocirurgião estar em casa no horário da noite. Normalmente estão fazendo cirurgias longas e cansativas, porém hoje, milagrosamente, meu pai resolveu me dar uma noite de descanso e, por ironia do destino, foi justamente a noite em que ela precisou de mim. Meu telefone tocou às vinte e duas horas e é por esse motivo que estou aqui em frente a um bar de esquina numa ruazinha vagabunda, subúrbio da cidade. Ela parecia nervosa, dava pra sentir a tensão em sua voz do outro lado, isso me preocupou muito. Não consigo imaginar motivo algum que a faça sair do seu estado habitual de humor doce e educado. Então, quando ela me revelou a localização do encontro, vesti uma camisa, peguei as chaves do carro e fui ao seu encontro.

**

Olhei para trás disfarçadamente e voltei a encará-la. Ela não sabia por que eu estava pedindo aquilo, mas, mesmo assim, se dispunha a me ajudar. Talvez essa garota não fosse só as belas pernas que tinha, pensei. Quem sabe ela não poderia realmente me ajudar se falasse com o seu amigo rico?
Sorri quando ela parou o que estava falando pra esperar que eu respondesse e, educadamente, acenei com a cabeça. Não podia me dispersar agora. Não hoje quando eu sabia que finalmente iria conseguir ajuda.
Peguei em sua mão, a puxei para a moto e avisei enquanto ouvia o ronco do motor.
- É melhor se segurar.


**

Os fatos recentes me conduziram ao meio desta encruzilhada. Eu tenho quatro caminhos, sendo que um é o caminho que me trouxe até aqui. E voltar atrás não é algo que eu possa fazer.
Procuro desesperadamente por outras saídas, outros caminhos, mas eu só consigo ver o pequeno bar nessa rua mal iluminada. Ele me pediu ajuda e, por mais que tenha algo nele que me tire a paz, eu não conseguiria recusar. Novamente eu olho o bar, sua localização, as pessoas rindo e falando exageradamente. Voltar atrás, como eu disse, não é uma opção. E sei que apenas um desses três caminhos me foi reservado.
O caminho à minha direita – seguro, suave, cheio de cores e vida. O tipo de caminho que te garante felicidade eterna. O caminho à minha esquerda – inconstante, tem curvas suntuosas, declives e pedras soltas. Um caminho perigoso e, definitivamente, o mais sedutor. O caminho a minha frente, por mais que eu tenha medo dele, poderia sim ser um caminho a percorrer. O problema é que este caminho é escuro, eu não posso determinar meus passos. É o tipo de caminho em que cada passo, por mais que seja simples e irrelevante, pode ser um passo em falso.

**

Por mim e para vocês!

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É isso mesmo! Para quem vem aqui sempre sabe que eu gosto de mudanças.
Estarei preparando um layout novo!
Ainda não tenho idéia do que farei, apenas sei que farei. FATO. rs.
Desculpa a falta de postagem, mas eu malmente uso o computador e quando uso é para escrever mais coisas do meu livro.
[ estou escrevendo um livro *-* com mais duas amigas]
Sério.. eununca achei que me tomaria o tempo que está tomando... até meu namorado está ficando de lado =(! E nós sofremos com isso, muito mesmo.
Para ser justa, eu me dei folga da escrita esses dias só para ficar aqui com "vocês" e para dar total atenção ao meu branco. Postarei o prólogo do livro e uma parte do primeiro capítulo.



Resumo: Lívia e Marco são amigos a tanto tempo que se consideram irmãos. Eles se conheceram de uma forma inesperada e desde estão nunca mais conseguiram se afastar.
Lívia é o oposto de Marco. A educação de Lívia foi simples, mas recheada de bons princípios. Os Delinsky, pais de Marco, lhe deram toda a educação que o dinheiro pode pagar. O que Lívia e Marco não imaginaram é que esse relação poderia ser abalada. Nick é a própria incognita. E para recuperar o que possuem vão precisar ajudar esse cara totalmente novo e estranho. O que eles não sabem é que ajudar Nick pode lhes custar a própria vida.



Espero que gostem! Beijos

Metrópoles.

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A luz das primeiras horas do dia entraram pelas fretas da minha janela.
Todas as manhãs eu acordo com a claridade excessiva do quarto. Levantei dirigindo-me ao banheiro desejando uma ducha com água morna. O café da manhã já me esperava sobre a mesa. Comi apenas torrada com geléia e tomei uma xícara de café com açúcar.
Meu carro estava sempre a minha espera na porta de casa, o mordomo tende a facilitar de todas as formas possíveis o meu dia. Girei a chave na ignição e dirigi até a trabalho.
Todos os arquivos estavam organizados nas gavetas e todos os papéis que eu deveria assinar já estavam preparados. Daniele, minha assistente, providenciara tudo. Eu sou uma mulher de negócios e mulheres de negócios não arrumam as suas gavetas, pensei.
Daniele entrou avidamente no escritório, tagarelando sobre a reunião que eu teria no fim da tarde. Essa reunião me garantiria a vice - presidência e muito mais responsabilidade e noites mal dormidas do que eu poderia imaginar.
Terminando os papéis e lido os arquivos desci 23 andares de elevador pretendendo almoçar. No restaurante em frente, minha mesa havia sido detalhadamente arrumada e o pedido costumeiro, a caminho. Daniele sempre ligava com 30 minutos de antecedência. Eu não precisava me incomodar.
Há muito tempo eu não me apaixonava e senti uma certa inveja do casal ao meu lado. Eu não poderia me dar a esse luxo, o meu objetivo era ser bem sucedida e, estava sendo. Esta tarde seria importante, eu não poderia ficar dispersa.
Voltei ao escritório, liguei o computador encontrando inesperadamente uma foto antiga, uma foto do tempo em que fui feliz.
Nesta foto eu estava com o único homem que amei. Tínhamos marcado de nos encontrar no centro de São Paulo. Ele me levaria ao Parque Trianon enquanto eu mostraria os meus lugares favoritos da Avenida Paulista.
Lembro-me de ter tomado sorvete naquele dia e de ver balões coloridos no céu.
Não esqueci o fluxo das pessoas e carros como não esqueci a sutileza com que ele segurava minha mão. Ainda lembro das conversas bobas e do sorriso infantil. Mas o que realmente não me sai da cabeça é o pôr-do-Sol que assistimos deitados naquela calçada suja e das pessoas assustadas com a nossa atitude. Éramos tão jovens...
O que me faz acordar todos os dias é a certeza de que em algum momento ele esteve ao meu lado. Respiro fundo e volto a olhar o escritório, a sala vazia.
Novamente me perco em lembranças a olhar aquela foto tirada por sei lá quem, fazendo-nos esse favor.
Volto ao instante em que contemplava-mos o céu. No instante em que ele se aproximou, beijou meu queixo e sussurrou no meu ouvido: - eu amo você e aconteça o que for estarei para sempre ao seu lado.
Ele me disse algumas outras coisas, mas eu já não lembro. Só conseguia te visualizar, memorizar.
Lembro-me de permanecer deitada no chão ao lado dele até o frio da noite nos inquietar. Volto a realidade. Desligo o computador. Pego sobre a mesa o envelope que me garantirá a tão esperada promoção.
Me levanto caminhando à saída. Fecho a porta. Com passadas firmes sigo para a sala de reuniões. Antes de abrir a porta me permito voltar mais uma vez a ele; a você.
Te vejo sorrir e me ajudar a levantar do chão frio. Te vejo me abraçar fortemente e jurar nunca me deixar. Mas você mentiu, você se foi.
Alguém me chama pelo nome; é hora de entrar. Simplesmente sorrio.
Giro a maçaneta e deixo o passado, assim como você, descansar em paz.

Sem causa e com efeito!

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Eu desafio as 'Leis da Física'!
Desafio quem contradiga que um corpo não possa compartilhar o mesmo espaço.
Desafio quem teima em discutir que para toda ação há uma reação.
Desafio quem insista em insistir comigo.
Desafio essa mania que temos, mania de permanecer parado se podemos estar em movimento.
Desafio o móvel a permanecer estático.
Desafio a vontade do calor em expandir.

Causa sem efeito. Efeito com causa.

Te desafio a bater de frente.
Te desafio a vir me enfrentar.
Te desafio a encontrar em mim o que quer achar.
Te desafio a voar; eu posso.
Te desafio a, desafio quem, desafio o que for.

Sem causa, sem efeito. Causa e com efeito.

Desafio a me provar que não sou a causa e o efeito de mim mesma.
Desafio a desafiar minhas ironias, minha rispidez.
Desafio a conviver comigo.
Desafio você a me compilar; os rótulos você possui.
Desafio a tapar meus buracos.

E farei com causa, por você. Serei efeito, se eu quiser. E desvairadamente terei razão.
Eu abri todas as portas, deixei escancaradas as janelas. Construi tetos de vidros, só pra você poder olhar.
Tudo com a dose certa de efeito para promover a devida causa.
Mas ainda não achei quem me desafiar. Não achei coragem suficiente, nem sequer, para insinuar.
Não achei ninguém para se opor. Para me mudar o prumo.
E ainda tem gente que diz que eu estou errada, ainda tem gente que diz que física é física e o resto é bobagem.
Mas como eu poderia estar, se ainda continuo causando efeitos por aí, por causas que eu desconheço?

E agora ficarei bem!

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Er...não estva bem esses dias não! Com muitas saudades de todos da Bahia!!!
Mas já estou em casa. Deu tudo com certo no aeroporto!
Minha mãe foi me buscar com meu namorado no aeroporto.. e como sempre ele estava lindo lá me esperando!!!
Eu não respondi os comentários de vocês porque fiquei sem ter como entrar na net e vou demorar para responder os seguintes. Minhas aulas já começaram, então fica difícil eu aparecer no computador. Mas vou tentar deixar meu blog sempre atualizado.

Obrigada por gostarem deste espaço.

Beijinhos.
 
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