Permanente - Parte VIII

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Visita Inesperada

Pádua, 9 de Janeiro, 2010.

- Manhã -

- Júlia Mennone! Júlia Mennone? Acorde senhorita... - uma voz tentando ser amorosa vinha da pessoa que estava sacudindo meus ombros. Eu detestava ser acordada ainda mais quando minha mente tinha registrado acontecimentos estranhos e bizarros. Eu precisava de mais tempo dormindo me preparando para encarar tudo, mas essa mulher não desistiria se eu não abrisse os olhos.,
- Hmm... - murmurei com os olhos fechados evitando a claridade costumeira no quarto pela manhã.
- Senhorita há um jovem em nossa sala de visitas à sua espera. Ele parece ansioso e pelo que constatei é um rapaz moreno e bonito. Alto, corpo atlético e seu sotaque é roman...
- Fabrizio - gritei eufórica enquanto pulava da cama correndo para o banheiro sem deixar que ela concluísse a fala. Eu não estava acreditando! O meu melhor amigo em nossa sala de visitas, um andar abaixo ao qual eu me encontrava e, nem sequer teve a coragem de me mandar uma carta avisando a sua chegada. Eu poderia ter providenciado um café-da-manhã maravilhoso sob as macieiras no jardim lateral da universidade.
- Senhorita, eu sugiro que lave bem os cabelos e vista uma roupa adequada. O rapaz parece ser importante e merece ser bem tratado. - então ela estava preocupada com o status dele? No quanto ele poderia ser importante e no quanto eu teria que ficar "apresentável"? Bobinha... mal sabia ela que o garoto elegante na sala luxuosa era o menino que brincava comigo de guerra de lama às margens de um rio na floresta pouco explorada perto da minha casa. E mal sabia ela que eu e aquele garoto tomávamos banhos sem roupa para tirar, o quanto fosse possível, o barro do corpo. E mal sabia ela que eu e aquele garoto...
- Dona Fausta acalme-se. Ele não veio pedir minha mão em casamento e somos amigos há muitos anos. Não há motivos para toda essa agitação. - falei entrando na água quente da banheira inalando o cheiro dos sais de banho.
- Há quanto tempo se conhecem?
- Uns dezessete anos. Eu tinha um ano quando o Sr Mennone começou a fazer negócios com a família Porziano e Fabrizio Porziano tinha três anos.
- Suas famílias são amigas? Isso é ótimo, senhorita, seu pai aprovaria esse romance.
- Mas não há romance algum Dona Fausta. Como eu disse, nós somos amigos e é melhor deixar de conversa, eu preciso terminar o banho.
Depois de um tempo ouvi a porta do quarto abrir e fechar; estava sozinha. Dona Fausta havia ido cuidar da própria vida e isso sim era ótimo.
Pesquei uma toalha para os cabelos e vesti o roupão lilás. Tudo é mais fácil quando Fabrizio está por perto e até mesmo eu sou alguém mais fácil se de conviver. Bacco deveria estar dando pulos internos de alegria. Hoje, realmente, ele teria folga. E a folga seria do meu humor sempre um tanto feroz e tenaz.
Um lindo vestido verde com renda branca na bainha me esperava sobre a cama e para completar, um sapato de verniz fora devidamente limpo e separado para a ocasião. No mínimo, eu ficaria como uma criança de cinco anos. Encontrei um All Star jeans e isso me pareceu bem melhor do que os sapatos de menininha e em quinze minutos eu estava pronta descendo a escada, que levava aos salões amplos, de dois em dois degraus.
Passei por alguns estudantes veteranos e esses me lançaram olhares surpresos e divertidos. Hoje seria um dia peculiar e nem risinhos ou comentários tiraria a minha felicidade em vê-lo.
Parado embaixo do arco principal do Grande Salão de Visitas estava meu eterno menino Fabrizio Porziano. Vestindo uma calça jeans clara, blusa pólo branca, um jaqueta de couro preta e uma basqueteira preta clássica. Ele estava cursando Direito em Yale - Estados Unidos - e há dois anos não nos encontrávamos.
Ele todo era uma extensão minha e vê-lo causava o mesmo efeito que o mar em meus pés.
Deixei-me observá-lo até que seus olhos encontraram os meus e, seus braços se abriram em ansiedade para que eu fosse ao seu encontro. Esse dia seria. no mínimo, um sábado perfeito.
**
No meio do salão, cercados por todos os tipos de olhares estavam o rapaz e a sua menina. Abraçaram-se demoradamente até que os sons das conversas ficaram distantes e só puderam ouvir um estômago a reclamar.
A menina era eu e era o meu estômago reclamando por comida.
**

Permanente - Parte VII

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Meia - Noite

Pádua, 9 de Janeiro, 2010

Bacco me arrastou até a Universidade tecendo injúrias sobre o garoto que dançara comigo antes da meia-noite. Certamente, ele planejava liquidar o rapaz, mas conhecedor do meu gênio forte e impetuoso, ele não ousou dizer nada que revelasse seus planos ou que me fizesse lembrar os tantos corpos enterrados em florestas que ele havia assassinado.
Bacco também sabe que se algo me acontecer enquanto ele estiver procurando uma "vítima"; o próximo a ser enterrado em floresta seria ele mesmo.
Agostino Bacco leva seu trabalho como guardião à sério e mesmo que ele esteja espumando, praguejando e amaldiçoando o tal Caleb, não fará mais que isso.
Se Caleb não me causasse arrepios eu entraria num romance apenas para provocá-lo e fazê-lo pagar por seus crimes como no Dia da Libertação quando eu era mais nova. Mas por hora, uma cama macia e quente é o bastante e posso pensar em várias outras formas de fazê-lo pagar amanhã.
As dependências da Universidade são mais calmas que o cemitério da cidade depois da meia-noite. Poucos são os que se aventuram nas ruas antigas de Pádua após o pôr do Sol e os moradores mais antigos reforçam a filosofia de não sair da Universidade com histórias assombradas sobre seres que vivem na Terra como sombras e Pádua guarda um número particular desses seres na visão dos anciões.
Não se sabe ao certo como eles são, mas o alarme na voz de Bacco no bar revelou que ele acredita nessas lendas muito mais do que deixa transparecer.
E quando eu encontrei aquele garoto sob a luz fraca do bar foi como se estivesse vendo a própria figura demoníaca que fora pintada na parede da sala de Literatura Pagã no segundo andar da Universidade de Pádua.
Bacco esperou até que eu entrasse no quarto para que ele trancasse a porta levando a chave consigo.
Essa atitude não era comum, da última vez que e me trancou no quarto eu tinha seis anos e ele estava com muito medo de que algo me acontecesse enquanto ele dormia. Há um motivo para esse comportamento e é isso que espero descobrir quando acordar.
Preguiçosamente troco de roupa, escovo os dentes e o cabelo castanho-avermelhado que herdei da minha mãe e corro para  a cama no intuito de sobreviver ao frio.
Devidamente aquecida e com a luz do abajur desligada, lentamente minha mente vai se perdendo num sono profundo.

Selos *-*

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Tati Tosta adora me deixar sem graça com suas indicações. Eu nem me acho grande coisa, mas se ela acha que bom, então!


#Indicar cinco blogs:




#Indicar para dez blogs:

Eu só vou indicar para os cinco blogs acima!

- Não esqueça de ler a continuação de Permanente. Parte V e VI

Permanente - Parte VI

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Jukebox

Ainda no Taylor's Bar, perto da meia-noite.

E foi entre um balançar de cabeça e um incentivo para que Amanda, a minha parceira de campo, aceitasse o pedido de um dos meninos da mesa ao lado para ir dançar que eu senti a presença fantasmagórica me estendendo a mão para que eu fizesse o mesmo: ir dançar.
Todas nós congelamos no lugar por uns instantes e dois segundos depois alguém estava dando um beliscão depressivo em minha perna e só me veio sorrir em resposta.
Levanto com cautela apoiada em uma das mãos do desconhecido enquanto ele afasta com a outra a cadeira pesada de madeira. Não demorou para que eu reconhece aquele rapaz como sendo o garoto misterioso no canto do bar e do nada, como por mágica ou ação maligna, o jukebox começa a tocar algo dos anos 70 e eu nem sei dizer quem é o cantor. Mas a batida é sedutora, convidativa.
Danço como nunca e a beleza do rosto pálido desorienta minha coordenação motora me transformando num amontoado molengo propício a quedas.
- Júlia Mennone, eu não vou te deixar esquecer essa noite. - ele falou apertando a laço braçal em volta da minha cintura. E foi como a morte me envolvendo, porque eu não havia dito meu nome e eu tenho certeza que as garotas na minha mesa haviam me chamado apenas de Julie e 'Mennone' é o sobrenome do meu pai no qual dificilmente eu uso.
- E antes que amanheça, é bom que você saiba. Prazer, eu sou o Caleb. - falou entre dentes num tom sombrio que me fez querer sair correndo e me esconder no lugar mais distante que eu fosse capaz.
E no momento que o cantor tomou fôlego para cantar a terceira parte da música ouvi burburinhos vindo de todos os lugares. No momento que o cantor recomeçou alguém pausou a música desligando em seguida o jukebox. Eu virei para olhar o homem parado ao lado da máquina de música e ali estava Agostino Bacco imóvel feito pedra, uma mão sobre a arma em sua cintura e a outra repousando tranquilamente dentro do bolso dianteiro do seu jeans surrado. No seu rosto podia-se ler apenas: " - você está encrencada mocinha" e " - se você chegar perto dela de novo, será um homem morto".

Ps: Isso está com cara de livro né gente? Além de estar na parte VI e eu ainda não ter contado quase nada do que vem pela frente, estou dando detalhes demais... =/
E nem sei quando eu vou terminar. Espero ao menos que vocês estejam gostando de verdade.

Permanente - Parte V

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Taylor

Pádua, Itália, 8 de Janeiro, 2010.

O Bar do Taylor é o único estabelecimento que se aproxima deste século. Os móveis rústicos de madeira são ostensivos quando comparados ao Jukebox e ao balcão de bebidas exóticas. As garçonetes são italianas legítimas e se não fosse o cheiro de charuto importado e álcool barato eu poderia me sentir em casa. O presente disputando espaço com o passado como na minha casa em Roma.
Taylor serve de macarronada ao molho com almôndegas à batatas-fritas e hamburguer. É um homem simples e robusto com um ar americano e sotaque francês. Taylor é admirável se você esquecer as mangas da sua camisa sempre manchadas por um líquido vermelho.
Não tolera brigas dentro do bar e aproveita as horas que passa na presença dos estudantes da faculdade de Pádua para exercitar seu lado paterno com as jovens. Dizem as más línguas que sua mulher fugiu de casa grávida e nunca mais alguém soube notícias dela ou da criança. Por trás da máscara gentil e hospitaleira é um homem amargo que sabe intimidar quando é preciso.
Na faculdade, as garotas costumam marcar encontros nesse lugar e em meus dias de folga do Bacco aproveito para me divertir observando minhas colegas de classe totalmente desajeitadas quando o assunto é paquera. Ficam vermelhas ou mudas e por fim, os garotos cansam arrumando qualquer desculpa para escapar do tédio.
Entre uma observação e outra sobre o que não fazer num encontro que eu percebi a figura pálida em pé no canto mais escuro do bar. A luz escassa não revelava o rosto, mas pela altura e estrutura física eu poderia me mostrar interessada.
Alguma coisa naquele rapaz tirou minha atenção da coca gelada sobre a mesa e dos risinhos infantis das outras garotas.
Mesmo não vendo o contorno do rosto, a boca, nariz e olhos eu podia sentir uma onda eletromagnética emanando da face me atraindo como um imã, deixando meu corpo eletrizado.
Algo naquela sombra não permitia que eu desviasse o olhar e sem a minha percepção habitual eu entrei num transe hipnótico.
Apenas quando uma das garotas chamou meu nome eu pude piscar voltando ao mundo real e parecer concentrada na conversa sobre os garotos do quarto semestre de filosofia.
Agora tento parecer animada exagerando nos comentários e concordando com a cabeça quando alguém diz que ter um namorado em Pádua pode ser maravilhoso.
Mas eu não quero um namorado, não quando se tem a máfia como família e as suas regras sem sentido. Não quando meu melhor amigo está em outro continente.
Deixo que a conversa passe para temas supérfluos numa tentativa de entender o que acontecera a mim minutos antes.

Permanente - Parte IV

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Tic - Tac

Pádua, Itália, Janeiro, 2010.

Mudei-me há dois meses para as dependências da Universidade de Pádua. Seu prestígio e reputação fizeram com que meu pai deixasse que eu morasse longe da sua supervisão. Não adiantaria contestar a minha maioridade se eu não tivesse um bom motivo. E cursar História Antiga me pareceu uma ótima desculpa. As coisas em casa nunca mais foram as mesmas depois da minha fuga na festa do Dia da Libertação há uns seis anos atrás. As disputas pelo poder da Máfia cresceram e o Sr Magno Mennone se viu obrigado a dedicar toda a atenção aos seus negócios. Crescer sabendo que meu pai é um assassino frio se tornou insuportável e eu já não conseguia viver "guardada" na nossa casa de estilo vitoriano nos arredores de Roma.

A faculdade me proporciona uma liberdade inigualável embora tenha que carregar Bacco - meu segurança particular e atirador de elite – para todos os lugares e isso inclui aulas didáticas e de campo. Com a influência da máfia por toda Itália, não foi difícil para o meu querido Sr Mennone arrumar-me um quarto individual ao lado do quarto de Agostino Bacco. O que me espanta é que a Universidade de Pádua em seus setecentos e oitenta e oito anos se deixe influenciar por questões políticas permitindo que um homem ocupe o dormitório feminino. Como meu pai sempre consegue tudo o que quer, eu não deveria ficar surpresa.

Minha única exigência é ter um dia de folga na semana, em geral as sextas-feiras, onde possa sair sem supervisão e sem pessoas me seguindo esgueiradas em ruas mal iluminadas. Pádua é uma cidade excêntrica com sua arquitetura grandiosa e fúnebre do século XIII localizada ao norte da Itália nos arredores de Vêneto. Da Universidade pode-se caminhar até o Palazzo della Ragione, Pizza delle Erbe e Piazza della Frutta. Piazza della Frutta está cercado pelo Pórtico della Gran Guardia, o Palazzo de Capitanio e pela Torre do Relógio, sendo este último o meu lugar favorito. As Feiras Campionarias são armadas nessas duas praças centrais, a primeira nos arredores do Pallazzo della Ragione e a segunda na Torre do Relógio.
Bacco sempre compra biscoitos caseiros e bolos de uma mistura italiana especial assim que a feira começa a funcionar e a noite, ele permite que eu saia livremente e caminhe solitária pelos monumentos inspiradores e alvo do meu estudo na Universidade. E foi numa dessas caminhadas que descobri uma taverna. Ou melhor, o Bar do Taylor e desde o momento em que coloquei os meus pés naquele recinto eu soube que todos os planos que eu tinha feito mudariam para sempre assim como a vida que eu conhecia. Eu só não conseguia imaginar o porquê.
I, II, III

Permanente - Parte III

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Passado

Roma, Itália, 25 de Abril-Dia da Libertação, 2004

Agostino Bacco, segurança pessoal do meu pai, foi designado a me acompanhar no dia mais movimentado de Roma – O Dia da Libertação. Todas as ruelas estavam enfeitadas com as cores da bandeira e o hino nacional era constantemente cantado e exaltado entre os moradores. As grandes catedrais foram fechadas, os Bispos com seus cuidados excepcionais não permitiam que as pessoas tivessem acesso aos domínios das Catedrais em dias comemorativos. O medo de uma destruição do Patrimônio histórico era evidente. Pessoas do mundo inteiro estariam passeando pelas enormes avenidas ou espremidas nos becos mantendo a Guarda Nacional em alerta. Houve um número elevado de assaltos no ano anterior e um número elevado de assassinatos. Mas quando a Máfia Italiana está envolvida, nem a tão impiedosa Guardia Nazionale Italiana interfere e os casos mais cruéis ficam por isso mesmo. Minha mãe Belina Trasea Mennone morreu de parto e meu pai tem sido minha referência desde então. O Sr Magno Fortunato Mennone, chefe da Máfia Italiana de segunda a sexta e pai integral nos finais de semana me inspira com seu pulso forte e destreza nas palavras, mas aprendi muito nova que quando você nasce na máfia ou você se casa com um filho de mafioso, ou você desafia toda uma tradição e paga pelas conseqüências. E para mim, mesmo sendo filha única, não haveria exceção.
Mesmo assim, minha infância foi normal com todas as idas à escola, passeios na praça, viagens pela Europa. A diferença está em Agostino Bacco, ele tem sido minha babá há doze anos e eu adoro fazer com que ele sofra por todos os crimes que cometeu antes de assumir o compromisso de zelar pala minha vida. E como sempre faço em locais públicos; perco-me na multidão arriscando minha vida e tento aproveitar cada segundo antes que o seu olhar de águia me alcance.

 Parte I, Parte II
-Photo: Google.

Fiz um Samba pra você.

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Vai amor e me diz que você está feliz.
Me diz que estamos num sonho bom.
Vai amor e me coloca no colo e dorme comigo.
Me diz Bom Dia e me beija a boca.
Vai amor viver a vida clara,
E eu vou amor por onde você for.
Vai amor e abre a janela,
E eu vou amor com o cabelo ao vento.

Eu sou a tua morena,
Menina deliberada.
Você é o meu branco,
Menino inocente.

Vai amor preparar o meu café.
E eu prometo deixar pronto o seu jantar.
Vai amor tocar aquela música que fala de nós dois.
E eu vou dançar e cantar.
Vai amor...
Porque eu já estou.
Vai amor e diz que isso é saudade e que ela logo vai passar.

- Há 7 meses fazendo um "Samba" com meu benzinho.

Mais selos.

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Este prêmio eu ganhei da Tati do blog [Re]Construções.
Agradeço de coração o selo.

- Regras: Indicar para 10 blogs.

Por que eu acho que mereci o prêmio?

Merecer... não diria isso. É muito difícil julgar ao meu favor. Então eu acredito que a Tati gosta dos meus textos e encontra sentimentos em minhas palavras.
E fico grata por pensar nisso, que pode ser por isso que ela sempre volta para ler meus textos.
E que outras pessoas se deixem descobrir a mesma verdade.

Na minha opinião, qual o post do blog é o que mais merece receber este selo?

Nossa, eu tenho tantos textos... Eu vou indicar o mais diferente de todos: Temário. O texto foi uma experiência que deu certo e me levou por lugares na escrita que eu não imaginava ser capaz.

Do blog que indicou-me, o que mais me agrada? Ele mereceu o Prêmio?

Eu amo as poesias! Os textos são magníficos, mas as poesias... *-*.
Prêmio mais que merecido! Parabéns para Tati.

Ps: Gente, como eu ganhei outros selos essa semana e fiz as indicações...

Eu só vou indicar esses:


Muito obrigada! Beijos

Insensatez.

Comente!
Confira meu novo blog:

Insensatez, o nome já diz tudo!

Uma outra face de mim, em um outro espaço.

beijos

Saídas

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Coração alienado. Cansado de procurar respostas indiscretas fixou-se em outras amenidades.
Diminuiu ritmo. Baixo fluxo sanguíneo. As veias perderam a cor vital e na pele não há melanina necessária.
Coração alienado! Perde-se em concreto, viga e asfalto. Numa alucinada fúria de alcançar horizontes, numa perspicácia um tanto fugaz. Marca-passo presente. Pela falta de força e como contador de quilometragem.
Coração alienado. Prendeu-se em um amor terreno. Saboreou das delícias do prazer secreto e fundiu-se.
Agora pensa ele que todo dia é dia e continua a querer mais. Alienado! A televisão é seu foco e no gatinho manhoso sobre o sofá descarrega a ânsia de querer companhia. Prisioneiro das próprias ilusões, dos próprios conceitos e fica devaneando no passado bem morto e enterrado.
Como num labirinto. O coração anda, corre, grita. Rasga suas já surradas roupas e continua a prosseguir, porque em labirinto é assim: ou você encontra uma saída antes da meia-noite ou você se perde ali pra sempre e se deixa adormecer.
E quanto a mim, dona deste coração abestalhado, permaneço convicta de que mesmo sem sua presença eu sei que ainda está por aqui.
Meu coração alienado, seu coração alienador.


Abrindo Olhos.

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É incrível como cada amanhecer me traz uma sensação nova. Como se fosse um novo despertar, um abrir olhos pela primeira vez.
Nada permanece como na noite anterior; nem quarto nem mobilha.
Acho graça, sinceramente, ao lembrar que antes de dormir fiquei implorando para que você viesse velar meu sono.
Para que estivesse ao meu lado e que fosse o seu calor, e não o da coberta, que protegesse meu corpo do frio.
Acho graça também por ser tão menina. Isso pode parecer estranho, mas não é!
Viro menininha inocente quando seus lábios tocam os meus e quando sua mão repousa em minha cintura.
E acho mais graça ainda por saber que você consegue ser mais inocente. Tenho certeza que se fosse um outro rapaz, me arrancaria a roupa e o juízo e, os atos eu já não poderia prever.
E dou-me a rir disso. De saber que poderia me ter da maneira que outros desejam, mas prefere me ter de um jeito único e sincero. De um jeito espetacular. Porque para você o importante não é conquistar tudo e sim, conquistar o território devagar. Saboreando, milimetrando.
Como eu disse, é incrível quando eu acordo em plena segunda-feira, cheia de aulas no colégio e resolvo ficar em casa por um desculpa qualquer.
Afinal, são nessas horas de permanecer inerte na cama, que entrego em palavras o meu melhor pensamento.

- Um texto meu para o blog Meu Diário.com.

Persiana aberta.

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Desembrulhei a caixinha preta com fitas cor-de-rosa ainda na cama. Era como se a caixa fosse desmanchar sob o meu toque trêmulo. Sentia o meu medo involuntário do conteúdo e uma vontade de eternizar na memória a cena que eu não sabia direito qual era.
Consegui desvencilhar a caixa das fitas e da tampa absorta da presença ao meu lado lembrando da casa no campo onde morei quando menina.
Das maçãs ainda verdes no pomar e do cheiro do pêssego perfumando a cozinha.
 Em meu sonho, eu corri intrasingente pelo campo com o Sol no rosto e pulei no colo de papai sempre a minha espera no portão com os cavalos selados para a nossa cavalgada.
Mergulhada em um outro mundo, pude ver os bolinhos de chuva na varanda e o aroma do café no bule.
Mamãe estava ali de braços abertos com seu vestido branco enfeitado com joaninhas bordadas e eu estava ali, dando-lhe um beijo pegajoso e repleto de poeira da corrida de cavalo que apostei com papai para ver quem chegaria em casa primeiro; eu ganhei.
Ouvi o tilintar dos talheres de prata, presentes que mamãe ganhara de casamento e que sempre fazia questão de usar nessas ocasiões simples em família, mas que para ela se tratavam de "acontecimentos do ano".
Submersa em mim mesma saboreei tantas outras lembranças que Dona Lulu, minha ama de leite, julgaria ser impossível.
De volta ao quarto, adaptada a intensidade luminosa devido às persianas abertas, analisei o conteúdo minúsculo na caixinha preta, girando-o no dedo anular até absorver cada detalhe e dar risada dos raios de sol que refletiam na parede do lado oposto toda vez que minha mão encontrava um ângulo favorável.
E observando tudo com a cabeça depositada segura em minha barriga e os olhos presos no meu pude compreender a pergunta que ele me fizera no pé do ouvindo minutos antes de eu querer acordar.
- Quando eu fiz onze anos papai me deu um pónei, era tão gracioso quanto desobediente. Sempre venci papai em nossas corridas apostadas. E sempre ganhei um beijo carinhoso da mamãe em cada retorno ao nosso lar. E mesmo agora, aos vinte e oito anos sinto-me cavalgar aquele pónei como na primeira vez. - Falei rindo da seriedade em seu olhar.
E fazendo uma cara maliciosa-desentendida lançou-me um olhar de quem guarda um segredo profundo, aninhando-se no meu corpo e entrelaçando as mãos nas minhas.
E dormiu sobre os meus seios como se a partir de hoje ele fosse comigo até o fim do mundo. E realmente ele iria.

Escristos sobre o Bob - Parte II

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Eu te disse: Não, mistérios não. Só uma coisinha minha, às vezes sua, nossa, de outras pessoas.
Não, mistério não. Só as coisas que ganhamos com o tempo e também coisas que perdemos... coisas óbvias, tão claras e sublimes como água transparente demais para se enxergar.
E você me disse: Hum...

Eu já conheci pessoas frias. Estas não demonstram emoção alguma para com a outra pessoa.
Bem, eu só não imaginei que veria em seu rosto a pior de todas as expressões gélidas. E que sobre mim seria depositado todo esse desprezo profundo.
Uma bela idiota; eu não posso dizer que dou valor a todas as suas caras e bocas. E raramente espero ouvir sua voz explodir de felicidade. Mas era seu aniversário. O primeiro aniversário seu depois do fiasco que fomos juntos. Sinceramente, acreditei em sua boa educação e acabei sendo esbofeteada pela rejeição evidente. Só não esperava, mas está tudo bem agora!
E acho que mereço!
No ano seguinte eu te mandarei uma mensagem, um cartão bem simples e ficarei menos frustrada, assim espero.
De certa forma isso foi bom... a conversa de uns meses atrás e esse seu pé bem grande no meu freio.
Me fez recuar em infinitos sentidos. Não gosto de ser essa tola desorientada. Não gosto nem de pensar na hipótese por mais que eu saiba  que é exatamente assim que eu fico e pareço, mas só às vezes.

E depois de tudo ele volta e diz: Calma amor, é com ternura e com afeto!

Escritos sobre o Bob - Parte I

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"Sim, sim...
Sempre em frente e avante!!!"

Será que é assim que todo mundo ver as coisas: uma forma linear?
Eu gosto de pensar que não, que as coisas, ou melhor, que a vida tem uma linha a ser seguida, mas quem é que vai dizer que esta linha não é curva? Ou, sei lá, pode ser um tracejado, um pontilhado... Dessa forma fica bem mais fácil entender todas as interrupções e compreender o "pára-pára" e o "segui em frente".
Pensar em linha reta dá uma idéia de continuidade , de infinito e nada, nada mesmo, é para sempre!
Nem nós, que nos achamos superior, temos esse privilégio.
Não me entenda mal, eu acredito que duas pessoas podem se amar enquanto estiverem vivas... Mas é isso: enquanto ELAS estiverem vivas! E essa verdade não é, nem de longe, um "Para Sempre".
E todas essas afirmações e constatações é aquele medo meu, involuntário, que tenho em perder, em não poder estar por perto e acabo me agarrando ao tempo, ou fico totalmente desprendida dele e como todos os outros casais, deixo para dizer um 'Te Amo' amanhã.
Porque nem sempre eu penso que posso morrer agora, e fico bem contente achando que vou viver 100 anos ou mais.
Mas eu não vou! E o que me custa dizer tudo o que eu sinto hoje?
É bem provável que amanhã eu tenha outras vontades e que esta idéia particular seja totalmente sanada por outras questões.
E se não tivermos um futuro para falar? Você vai lamentar?
 Vai se arrepender? Ou vai pensar que tudo foi do jeito que era pra ser? Confuso?
Os meus pensamentos são como uma caixa de costura no qual as linhas se enroscam e se perdem.

- Dentro de quem sou, sou duas! A menina que professou palavras belas e a mulher que bateu em sua face e devorou-lhe os lábios sobre ferida aberta provocada pelos arranhões das minhas felinas unhas. - Rebeca C. Souza

Sexo.

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"Na semana passada, porque talvez algumas coisas nos ultrapassem mesmo, ele beliscou com toda a força a minha cintura. E disse. Não sei. Acho que não disse nada. Ele riu à vontade, porque o tesão natural parece mesmo a coisa mais íntima do mundo. Nos conhecemos há mil anos, apesar de ser apenas a semana passada. E eu retribui unhando o seu cotovelo num belisquinho. Também sem dizer nada. E até agora não me caiu a ficha do quanto isso foi estranho. Ou caiu e eu nem pude experimentar essa estranheza, já que estou ocupada demais tentando entender porque algumas pessoas nos agradam pelo cheiro do pelo e não do perfume. São tantas obrigações entre uma sala e outra que ser bicho na copa parece férias.
Tudo isso foi a coisa mais sexual que me aconteceu nos últimos cem anos. E talvez eu nunca mais cruze com ele, porque ele nem é do meu andar e eu nem sinto nada de bonito. Mas por via das dúvidas me depilei e tenho sorrido mais. Uma mulher não precisa transar para estar transando."

- Tati Bernardi

Reconhecimento!

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Eu tenho dois selos para indicar e agradecer:

Este primeiro selo eu ganhei da Camila do blog Navegando na Ilusão e da minha querida Tati do blog [Re] Construções.

Regras: Responda com sinceridade " O que é mágico para você?"

- Acordar toda manhã com o Sol inundando o quarto, deixando meu rosto corado. ficar encarando o nada até que os pássaros comecem  a cantar e eu escute os carros na rua. É um sensação revigorante! E quando eu encontro coragem para levantar, encontrar as mensagens no celular que meu amor mandou antes de ir dormir é minha "cereja no bolo'. E principalmente por saber que cada dia é único e que nem eu mesma vou ser igual ao dia anterior. Em seguida, beijar todos os que amo da minha casa e ir me preparar para enfrentar um dia agitado.

Indique 10 blogs:

A matemática da Arte;
Incomitatus;
Inside of me;
Blog do Wevertton;
Brigadeiro de Panela;
Chat de Amiga;
MedMuchsster;
More Than Words;
Sem definições;
Verbo Descobrir.


Este selo eu ganhei de uma garota que aos poucos está conquistando minha admiração. Ela é bem menininha doce, mas sabe ser forte e escrever real e imaginário como poucos. Obrigada a Monique do blog Secrets of a Little Girl.



Indicar para 15 escritores maravilhosos:

Origem da simetria;
My Feelings;
Vacas Azuis Voadoras;
Meu Diário.com;
Mente Vazia, Oficina do Diabo!
Escolha sua Sorte.
Considerações Finais;
Homem é tudo Palhaço;
Vivendo do Capricho.
Confições à Meia Noite
Biscoito&Bolo.

Ps: Eu só vou indicar esses 11 porque eu leio com frequência. Então eu posso julgar. Tem outros blogs que merecem, mas eu não sou seguidora e não tenho o link deles, mas em breve farei uma lista com todos os blogs que eu acredito valer meu tempo e dedicação na leitura. Muito obrigada a todos e muitos beijos.

Biologicamente falando...

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Porque faz parte de quem sou. Das escolhas de quando criança. Dos desejos abrangentes do cuidar. Preserva as origens e incita mudanças. É a convicção, certeza do percurso e paixão pela essência. Construção metabólica do homem; anabolismo meu.
Porque era simples, matéria-prima de quem hoje sou.
A reação do ato de me jogar livros. A reação do ganhar conhecimento em troca do tempo perdido. A ação da não desistência em meio ao sono e o cansaço.
E deparo-me agora, aos 18 anos, com as mesmas escolhas do meu estágio de menina.
Percebo que as minhas complexidades sistêmicas são figuradas e que negligentemente apática, doei-me ao catabolismo fazendo de mim um ser acelular.
Em tese, como mulher, sou pluricelular recém formada precisando exercitar as moléculas orgânicas gerando nutrientes; transformação.
Analiso o interior, o núcleo, suas funções e utilidades. E como surpreendida por nova idéia, descubro-me ser vivo não dinâmico.
Faz parte de quem sou. Das inconstâncias fundamentais. Das concepções que adquiri e dos prazeres concretos que subjuguei com a idade crescente.
Aquelas horas gastas emaranharam-se em outras atividades empoeirando meus velhos livros na estante.
Começo agora, redundante, pelo princípio; gênese.
Recolho debaixo de todos os livros aquele ao qual eu era inseparável e me disponho a estudar. Refazer-me. Perder todos os sentidos em seus mistérios.
Porque faz parte: de você caro leitor, da minha irmã que joga em seu celular moderno, de quem passa de cara limpa na rua e dessa pessoa que escreve sonhadoramente em ser um organismo melhor, satisfatório em si.
Esquematicamente! Já que alguns, assim como eu, se esquecem de desempenhar o devido papel e de fazer parte da massa total: das suas células eucarióticas.

PS: *-* Obrigada gente! Eu amei saber que vocês curtiram o conto. Eu vou continuar sim!

Permanente - Parte II

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Observador


Sou um legítimo caçador de mulheres, armado essencialmente de atributos físicos invejáveis.
Nunca houve uma garota que não se deixasse conduzir pelas minhas habilidades na arte da sedução e nunca haverá. Se os humanos possuem um dom, esse é o meu mesmo que não possa me encaixar tão confortadamente na categoria humana.
Existo há dois séculos assim como a minha irmã Emily, e durante esse tempo, fomos a dupla de caçadores mais temível dos da nossa espécie.
Emily foi a primeira a conhecer a escuridão. Antes disso, não possuíamos nenhuma informação sobre os seres da noite.
Algumas pessoas mais sensíveis aos limites entre o céu e o inferno chegaram a nos denominar vampiros, mas eu em toda a minha experiência de submundo afirmo que essa raça inferior de caçadores foi extinta; ficaram expostos aos olhos humanos e definharam ao mesmo tempo em que as pirâmides do Egito foram erguidas.
Ironicamente, uma raça mais desenvolvida e completamente letal surgiu através de uma combinação do DNA humano com uma espécie de ave predatória exclusivamente noturna que tinha uma base alimentar constituída do sangue das cascavéis do deserto do Saara.
O sacerdote do Templo de Urbi combinou inocentemente o seu próprio sangue ao veneno da cobra e ao sangue da ave desconhecida; ele não poderia nem em pesadelo prever as conseqüências daquela ação. Ele julgava se tratar de uma velha fórmula dos antepassados contra a lepra, injetando na sua corrente sanguínea a mais terrível criação.
Akunosh Amasis é o nosso primogênito e desde então, temos habitado a terra como se fôssemos meros seres humanos no intuito de preservar a verdade do que somos.
Nossas características físicas pouco se diferenciam dos outros homens e mulheres, apenas temos uma força inigualável, beleza absurda e pele assombrosamente branca fruto da falta da pigmentação de cor encontrada na espécie egípcia de cascavel.
A evolução genética nos favoreceu e podemos conviver tanto com o Sol como com os mortais e proporcionou a diferença entre nós e os vampiros convencionais: podemos ter uma “vida” normal e isso inclui uma dieta tipicamente humana.
Nunca entendi a nossa capacidade de sobreviver ao tempo e confesso que a trocaria por um punhado de experiências como os sonhos. Ah, os sonhos... Como gostaria de poder sonhar a noite. Meu momento de descanso é exageradamente longo e totalmente escuro, vazio.
Minha irmã encontrou um prazer maior do que a alimentação, já que escolhemos viver integralmente o mal que nos compõe. Ela escolhe a cada 80 anos um parceiro no qual pode dividir seus tormentos pessoais e depositar o amor reprimido de ter sido abandonada no altar dias antes de conhecer as trevas. Como um bom observador não vejo vantagens em relações pessoais com estas criaturas, mas a sedução, irrevogavelmente, é a minha melhor arma. Sacio meus desejos masculinos com as mulheres que compartilham a mesma essência e divirto-me com as belas jovens desprotegidas que como moscas em teia de aranha prendem-se cegamente a ilusão de um conto de fadas, sendo assim, não há motivos para que eu mude.
Sombras; é assim que nos chamam na Europa e é assim que agimos depois que o dia dar lugar a noite. E sombras como eu, apenas buscam um sangue fresco no qual possam se saciar. E por hora, a bela moça que vejo entrar descontraída num bar fora de moda me parece uma boa opção.

Ps: Essa é a continuação do conto Permanente. Vocês pediram uma continuação e eu me empolguei. Ficou enorme essa parte, mas ela é muito importante para que você entenda a história. Comentem bastante e me falem o que acharam dessa nova perspectiva.
Photo: Deviantart
 
 

Ele - Sorriso Torto.

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Amo o jeito como os seus olhos se mexem à procura de respostas.
Amo ver a sua postura séria, o movimento que faz ao cruzar os braços e a forma impaciente com a qual seus dedos dançam ritmadamente: o encaixar e o separar.
Amo o contorno desajeitado do seu corpo quando se inclina e beija minha testa, segura minhas mãos.
O seu sorriso torto! O meu sorriso torto. Ele se abre lentamente fazendo inflamar as suas bochechas.
Amo fazer piadas de como ele se ajeita, se compõe e recompõe... O seu andar e o som das palavras distraídas que seus lábios professam.
Não te amo menino! Não na intensidade que tu desejas. Mas te amo como um todo.
Todo esse expresso no seu tão meu sorriso torto.
E se eu te perder menino, não te perco! Porque toda vez que você passar de rosa ao vermelho-roxo e no seu rosto se iluminar o meu velho sorriso maroto, eu vou lembrar de ti.


Texto para o meu menino Carlos Alexandre, o amigo que fez e faz dos meus dias um ambiente favorável aos sorrisos.

Ps: Texto do dia 08 de Setembro de 2009. Escrito entre as duas escadas do meu pé de cajú favorito do CEFET.  
Photo: Deviantart

Motivo.

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Se é para escrever, que se escreva uma verdade.

Ninguém encontrará em mim nada além disso.

- Rebeca Souza

- O que acharam do layout?

No fundo do poço raso.

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Experiências; elas deveriam moldar as pessoas, torná-las mais próximas do mundo real.
Penso o mesmo sobre a responsabilidade. Pena não poder dizer que sou alguém comprometida ao ponto de pesar as massas da balança e optar pelo peso que melhor zele pela minha integridade. Estive sobrecarregada na infância e por anonimato do futuro, sempre trabalhei com as possibilidades de um futuro infeliz. Surpreende-se?
Poucas ações humanas me fazem ter esperanças, afinal, poucas são boas ações e preciso também nesse meu tempo sóbria compreender e lidar com a fé. Aceitá-la. Não porque a julgue complexa ou inanimada, mas pelo meu capricho em duvidar de tudo e todos.
Só me parece estranha, às vezes, como tantas outras coisas. Você notará a diferença, mesmo que sutil, que não usei a minha escrita característica nessas indelicadezas adversas; não pretendo florear as palavras. Tenho o desejo sucinto de compartilhar esse momento de exaustão mental, desgaste físico e pouca espiritualidade. Para isso, necessito apenas das palavras e nada mais.
Reconheço minhas crises e depois de certo tempo, elas se tornam ilusórias e sem significados tanto quanto as motivações que tenho em remoer assunto velho.
Sentada na cozinha estou, encaixando a caneta gentilmente na mão para que não me doa os calos nos dedos; tentando aquecer meus pés com um par de meias fora de moda e uma blusa rosada de croché protegendo o tronco. Quando deixo meus olhos se perderem em objeto fixo, fico no limiar entre a loucura e a lucidez desafiando com interesse indistinto as linhas coloridas no mogno antigo da mesa do tempo do meu pai.
Talvez você não entenda metade do que dito e digito, exponho e componho sobre mim.
Mas não tem importância! Essas orquestrações são plenamente minhas e não as mudarei para que sejam entendidas. Não posso agradar-te já que não posso me agradar.
Se tem algo que faço bem é contar no papel a minha fidelidade, mesmo que esta seja empregada aos demais; pouco a uso por mim. Não tenho ansiedade, comoção ou prazer em fincar-me em uma única compreensão sobre os meus fatos - substância de pouco valor. É exponencialmente válido costurar pactos com outras mentes – mente conhecida, mente sem expectativas. Perigoso é conhecer a si em profundidade, sendo assim, sou um poço raso de sorrisos e bons gestos arquitetados para conhecer a mente alheia.
O pecado disso se dar em não usar corretamente as informações.
 Como o pião, brinquedo estimado, gira apontando às várias direções; assim faz a garrafa do “jogo da verdade”, mas sabemos que apenas um sentido será escolhido, um solitário lugar de repouso. E isso os torna comuns: a capacidade de girar, de ter todas as possibilidades e um destino desconhecido aos olhos dos expectadores.
Eu mostro a minha direção, apenas. Os fantásticos rodopios estão por baixo, bem embaixo e esses, eu não os mostro jamais.
Experiências... Essas sim são boas armas para viver em terra e na Terra. Tenha sempre compilações em cabides esperando o devido uso; elas poderão amenizar a rispidez de um dia qualquer e servirão tão bem quanto as capas de chuva.
E preste bastante atenção: eu nunca deixo à mostra uma verdade duas vezes sem o intuito de despertar em quem ler minhas entrelinhas à dose precisa de análise sobre determinado rosto exposto. Pois como disse em texto passado: o que mais tenho em mim é facetas.

Ps: Esse é um daqueles textos em que ou você ler todo o conteúdo ou você fica quieto e não comenta. É um texto que precisa de "análise" para compreensão.

A grosso modo.

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Olhos, Boca, Nariz, Cabeça, Mãos, Pernas, Braços, Barriga, Seios - Primeira Etapa.

Observar, Chegar, Falar, Sorrir, Beijar, Massagear, Aproximar, Encaixar, Comer - Segunda Etapa.

Fazendo poses, Provocando, Agarrando, Deixando Exposto, Inalando, Recomeçando, Saboreando, Vivendo - Terceira Etapa.

Seios, Barriga, Braços, Pernas, Mãos, Cabeça, Nariz, Boca, Olhos - O Copo todo em Agitação.


- Piada Interna -

Coisas de céu-mar [2]

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Essas são as outras fotos! Eu gosto de todas, mas tenho um amor especial com a do banco solitário, com a do poste e todas as fotos na estrada [pricipalmente a embaçada]. Escolha a que mais despertou bons sentimentos em você e comente bastante para eu escolher qual dessas vou usar na edição Fotográfica. Conto com vocês, leitores! Beijos

Coisas de céu-mar.

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Eu preciso de ajuda!! Preciso escolher qual é a minha mehor foto sobre o céu para participar da Edição Fotográfica no Bloínquês.!!! Tenho outras fotos, vou dar uma edição básica e já já posto elas aqui. Ajudem-me a escolher uma, por favor!

Depois da chuva.

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Cuidando dos meus pedaços, agora.
Reencontrando as tantas migalhas que João e Maria, ousadamente, espalharam pelo caminho.
Buscando a confiança perdida e abaixando o meu tom de voz.
Estou ouvindo mais, agora.
Suas palavras são as únicas que quebram minhas barreiras e por você eu convivo bem com o silêncio.
Capturando meus trejeitos infantis; o olhinho miúdo de menina tímida e a malícia de quem faz algo errado.
Eu faço tudo muito errado. E adoro saber que aceito bem meus defeitos.
Soletrando vida, agora.
Esculpindo em matéria um dom imaterial. Tenho um dom, se você não sabe!
Cuspo bem na cara as palavras e gesticulo sempre que perco o fio e preciso recomeçar.
Tudo isso são anotações de fim de tarde.
Minhocações de cabeça fértil.
E inalações de terra molhada.
Pois no meu terreno, toda plantação é bem-vinda.


Ps: Décima Quarta Edição Musical - 2º Lugar - Bloínquês. Texto: Fazendo as malas ... para um dia voltar.

 
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