Não era a intenção dizer as mesmas coisas, repetir o passado esfregando-o na cara.
Tão pouco, rir das minhas misérias. Houve um tempo, e era nosso...
As cartas perderam a graça com as palavras cuspidas em brasa no dorso serene. Eu dançando à toa e você curtindo os passos de me deixar; passos completamente descompassados, mas em sintonia de endereço, cartão postal, secretária eletrônica.
Os outros, ah! bobinhos, falam das besteiras convenientes do dia e eu, vou perecendo em partes iguais nesse meu caminho de Vênus.
- Afrodite!
Chamava-me então, nas noites de amor; só que o amor que é bom não quis fincar raízes. Pegou trapos, farelos e a mala cozida das lágrimas mal derramadas em sua despedida.
Despedaçou-me. E por isso, somente por isso, espero o retorno da nave espacial maluca, àquela própria em que te pus de braços atados para longe de mim.
É esquisito, eu sei. Ao ler isso ele vai surtar; o Ítalo, ou quem quer que seja.
Mas sabemos todos que essa idéia minha será sempre uma fuligem do que é de verdade.
Martelei presa nos sentimentalismos das outras cartas; todas tão uniformemente óbvias!
E mesmo fugindo do amor, ele insiste em me guiar como a calda de um cometa...
E aí está você, agora, bem no lugar onde eu sempre quis; contemplando paradoxalmente as estrelas que eu desenhei e pintei em molde claro, em brilho fraco.
Nessa composição estranha de Terra-Espaço, nesse amontoado de palavras sem fazer sentido ou, fazê-lo todo inteiro, inteligível.
E será então, como eu sonhei, a correspondência atrasada invadindo a órbita do planeta e dos seus olhos em um instante comum. Permeando o universo que trago por dentro, exibindo as falhas desse amor à distância.
Se preciso me entregar ao eu, farei-o contigo, sem demora.
Exatamente quando o Sol rasgar o céu escuro da solidão desse pacto sem léxico que me propôs você; e no final das contas, do texto, da carta escrita em códigos lunáticos como aprendi há tantos anos, eu sei que você volta!
Como sempre voltou, como sempre voltará: eu sou o seu lar.
Para o Astronauta.
Não há lugar onde o nosso amor
não pertença a nós e às estrelas.
Eu fiquei sem acesso ao computador ontem, por isso não postei o texto de Quarta. Sinto muito. Um beijo enorme para Diana Bruna e Tati Tosta, ando morrendo de saudades delas! Aviso: Quarta-feira que vem é minha viagem para Brasília, desejem-me sorte. O blog vai ficar paradinho porque na casa do meu pai não tem internet. Só quando eu chegar lá que vamos resolver como minha vida social e "bloguística" vai ficar.
4 Comentários:
lindo, amei.
Comovente e lindo. Gostei das suas palavras. Nunca vi alguém escrever assim... Pelo menos não lembro. Isso é ruim? Claro que não, é ótimo!
Simplesmente divino (acho que isso soou meio gay).
Enfim, gostei daqui! Sempre que puder virei. *-*
Amei a postagem e o blog!!E estou te seguindo!Se possível,gostaria que fizesse o mesmo por mim no meu blog www.blogmeninas-br.blogspot.com!Ficaria grata!!Bjos!
Ei, o título do meu blog é em latim, licença! UHAEUHA
Lindo o texto, mulher. E a idéia de tudo foi minha. Você só entrou com a alma u_ú
UHAEIAHU
amo você, o B-AMT é lindo!
parabéns *-*
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