Foi retirado um véu que durante toda a minha vida estivera suspenso entre mim e as coisas. Agora na cor e na forma reais, elas manifestavam sua finalidade: a Rainha olhava à frente, imóvel como o Rei. A vida não poderia ter imitado tamanha serenidade, tamanha paralisia. Ouvi a água pingando das flores. Gotículas batendo no chão de mármore, uma única folha caindo. Virei-me e vi, enrolada e balançando nas pedras, essa folhinha. Ouvi a brisa passar embaixo da tenda dourada do teto. E as lâmpadas tinhas línguas de chama para cantar.
O mundo era uma canção tecida, uma tapeçaria de música. Os mosaicos multicoloridos refulgiram, em seguida perderam toda e qualquer forma, depois até o padrão. As paredes se transformaram em nuvens de uma névoa colorida e acolhedora, dentro da qual podíamos ficar vagando para sempre.
E lá estava ela sentada, a Rainha dos Céus, reinando sobre todos numa imobilidade suprema e tranquila."
Crês que há um só Deus. Fazes bem.
Também os demônios crêem e tremem. - Tiago 2:19
As crônicas vampirescas. Pandora - Anne Rice.