O céu... azul bebê na linha do horizonte, cercado no lado esquerdo por uma enorme placa de nuvens "talhadas em gelo". Elas se dispersam até o ponto central da minha visão assumindo o formato de um fio de cabelo e bem ao lado direito quase desaparecendo do meu campo de visão, assumem uma textura aguada como se estivessem manchadas e quase totalmente translúcida. Um pouco acima da minha cabeça elas adquirem formas de conchas de ostras alongando-se no formato "V" diminuindo até virarem conchas do mar. Todas de um branco que dói os olhos. Algumas outras nuvens se aglomeram, se fundem e se distanciam com o passar do tempo, nessa imensidam azul. O ar... está úmido e pesado. Fresco e agradável ao mesmo tempo. E certa parte de mim é capaz de perceber o sal oculto que ele carrega. A areia... compacta, fria, gelada. Matriza-se em várias tonalidades de marrom e fica bege nos lugares onde a luz do Sol pode alcançar e onde a água do mar é inexistente. Próximo ao mar ela assume um marrom cor de caule e pequenos filetes de água passeiam entre ela proveniente da maré que ainda não se decidiu entre cobri-la totalmente ou deixá-la como está. Na presença do Sol a areia afofa-se adquirindo um calor, por enquanto, aceitável. O mar... raso, verde-aguado, pedras, verde-aguado, verde-alga, verde-céu, azul! As pessoas... Se dispersam, tumultuam-se ... se fundem e se separam como fizeram as nuvens. Mas nesse caso, as pessoas são de todas as cores e tamanhos. Os casais... conversam, se aproximam, se abraçam, beijam-se , se abraçam, separam-se, conversam. As crianças... elas sorriem, brincam, sorriem... algumas até choram e pedem colo aos pais. Os homens e mulheres... são homens e mulheres! Sem complexidade, sem mistérios, sem entusiasmo algum. Apenas seres. Apenas estão, existem.
( Nada mais a dizer)
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