Seus segredos.

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Diferente de todos, ela guardava em seu baú o que mais amava:
as cartas,
os livros,
os versos,
os bilhetinhos de amor.

Nada escapava aos seus olhos,
nem as flores,
as fotos,
colagem
e capas.

Vivia para juntar coisas, sorria das suas descobertas.
Era sapatilha, caixa decorada, pincel quebrado, miudezas diversas.
Para os outros, bugigangas.
Para ela, o seu universo inteiro.




Para ela, o baú dos seus tesouros, as suas lembranças.

Peões e Rainha.

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O vento frio soprava de algum lugar distante da realidade da menina amarela de olhos amendoados.
Um vento que deixava suas bochechas coradas e as mãos doloridas e enrugadas pela severidade do esforço de permanecer fora de casa, longe do calor gostoso do fogão de lenha.
Pensou na mãe, nos amigos de infância e nos quadros coloridos que seu pai lhe dera, mas nada disso importava agora. Seu passado era um mero borrão, uma sombra defasada das próprias fantasias.
Tentou chorar; tentou doer; tentou sangrar. Nada aconteceu, por fim. Os olhos duros focando o infinito ressoava na alma o oco que era, o vazio constante, a falta de tudo.
Tão nova e tão morta que me fazia querer curar suas feridas, fazia-me querer colar suas fraturas expostas. E quem era eu afinal para concertar um espírito pobre?
O vento massacrava minha face e nada das minhas pernas correrem para longe dali. Fiz-me prisioneira da possessão dos seus olhos de guria nordestina com pé genético no Sul amado, da força que eram seus braços finos e dos seus lábios grossos cor de marfim.
- Um peão, assim me chamava. E eu sorria convicta e adepta do prazer violento que emanava daquele pequeno corpo.
- Um peão, eu repetia para mim. Orgulhosa em ser uma súdita sem valor do seu criminoso xadrez. Estava totalmente apaixonada pela serenidade das suas palavras, irrevogavelmente inserida no seu destino alheio ao meu.
Permaneci contemplando a cena mais estranha da minha vida, o frio cortando meu ser em dois e uma emoção que tentava traiçoeira ocupar os espaços vazios que florescia em mim tão pequenos e lilás quanto flor de acerola. Era curioso me ver através do espelho nos seus olhos e engraçada a indolência da menina.
Prostrei-me às suas vontades de Rainha e a aqueci, para sempre, no calor das minhas memórias.

{Google}

Eu conheço duas meninas, duas cabeças do mesmo dragão. Quem as olha de longe as chamam de gêmeas, mas eu que enfrentei as profundezas mais remotas sei bem o espírito que as domina e suas diferenças peculiares. Uma eu amo com todo fervor, outra eu odeio assombrosamente. Mas é da malignidade da segunda cabeça que eu mantenho o meu coração batendo.

Alegrias da madrugada.

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Acordei antes da hora
O relógio iluminou o quarto
Os olhos brilhando no escuro,
As incertezas sacudindo a memória.

Acordei antes da hora
O paizinho dormindo ao lado
O coração palpitando alarmado,
Um sorriso de criança medrosa.

E fez assim
Os segundos invadindo o corpo
O prazer de ver sonho exposto
E o sono cirandando aqui.
(E tudo isso se deu por ter a alma fora de mim.)


{We-It}

De bar em bar.

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"Ela me encontrou, eu tava por aí num estado emocional tão ruim, me sentindo muito mal. Perdido, sozinho, errando de bar em bar, procurando não achar. Ela demonstrou tanto prazer de estar em minha companhia, que eu experimentei uma sensação que até então não conhecia." 

- Me olhou nos olhos, bebeu do meu copo, chupou meus lábios.

"E ela me faz tão bem; ela me faz tão bem que eu também quero fazer isso por ela."

Pontos, contos e alguns versos.

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Coisa estranha é o coração da gente. Vira minha vida de ponta cabeça e me pega de surpresa sempre que espero mensagem, resposta, ligação e aflição não contida.
Coisa estranha foi a minha semana. Pensando com o coração na mão nas coisas do passado, e eu descobri que eu não tenho medo, nunca tive.
Coisa estranha é esse meu coração. Quando penso que me conheço bem ele chega de mansinho e mete a pulsação acelerada para bagunçar tudo, e lá se vai minha força, meu autocontrole e minha coerência já precária.
Eu acho graça de mim, de verdade. Fico toda gatinho manhoso por fora enquanto a fera rasga tudo por dentro; e abro um sorriso alegre, meigo e sincero para disfarçar os danados dos planos que tenho.
Veja agora, agora mesmo, quando a intenção era falar de coração. Fui divagando entre lapsos, relapsos e colapsos nervosos por ainda ser tão presa ao meu rapaz.
Então, corrigindo, que coisa estranha é a vida da gente. Ainda fico ansiosa com as coisas de sempre, ainda perco a noite tentando matar a saudade, ainda sonho em te pegar de jeito, ainda perco tempo falando bobagens e ainda sou feliz sendo a menina que sempre será cheia de histórias para contar.

Para dizer boa noite
Para te fazer sorrir
Para desentalar o peito
Para me deixar dormir.

Faz falta...

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Fazendo desse meu espaço virtual um baú das minhas memórias e vivências é mais que justo guardar, entre uma ou outra atualização, uma influência que é nítida. Uma parte que sempre será minha e de ninguém mais.
"Prenda minha parabólica
Princesinha parabólica
O pecado mora ao lado
E o paraíso... paira no ar.

Se a tv estiver fora do ar
Quando passarem
Os melhores momentos da sua vida
Pela janela eu estarei
De olho em você
Completamente paranóico.
Prenda minha parabólica
Princesinha "parabellica"
Paralelas que se cruzam
Em belém do pará.
Longe, longe, longe (aqui do lado)
(paradoxo: nada nos separa)

Eu paro
E fico aqui, parado
Olho-me para longe
A distância não separabólica."

MM: "Por uma injusta ironia do destino fui conhecer-te a poucos dias da sua partida para Camaçari. Porém, o tempo que pudemos ficar juntos foi o suficiente para que eu pudesse conhecer parte das suas exponenciais virtudes.
Certamente, quem te conhece sabe o quanto você é especial. Não seria exagero meu falar que você é dona da alma e da personalidade que mais admiro e que mais me impressinou dentre as pessoas que conheci ao longo da minha vida.
Lembro com saudades daqueles momentos que eternamente ficarão na minha memória. Como diria Elma: "Minha princesinha parabólica.. "o pecado mora ao lado.."" rsrs. Demorei pra entender porque ela disse que essa música é sua.
Parece que é o bastante para que entenda que você faz e sempre fará parte da minha vida, porque TE AMO MUUUUUUUUUUUUUITO! e sempre te amarei... bejos e fica com Deus, amiga!"

Ok, eu não sou tão virtuosa assim, vale salientar. Mas é que dá saudade de me ver pintada em quadro antigo, bonita e bem disposta em viver tudo tranquilamente. Simples como eu era em tempo passado e complexamente chata essa de agora, do presente. Então, como antes, encosto na janela para sorrir da sua voz e violão só para lembrar das coisas boas que eu não fui capaz de esquecer. E se há saudade, há amor.

Lucidez.

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E riu. Tão chorosa de si mesma que não se pode ouvir a alegria da fala.
Pôs sobre os ombros os fardos do mundo e dançou cambaleante perante suas verdades.
Tudo era um sonho. As cores azuis, amarelas, roxas e vermelhas lhe encobrindo a face e as pinturas mal feitas a refletir no espelho.
E riu. Gritou estérica o suicídio iminente e gargalhou da própria insanidade.
Ela era ela, toda ela e outros seres. Era um casal apaixonado e o nojo da lida. Era a nudez da pele negra que deitava em seu leito à noite; e vibrava à doçura dos filhos brancos que possuía.
E riu. E a imagem no espelho sorria em resposta, provocando-a, atiçando-a, revirando na mente e no estômago seus mais obscuros desejos.
E seus segredos, que já não eram mais seus, escoaram casa afora tão intensos e puros como o sangue que tingia suas mãos.
E riu. E assim era ela. Toda a morte e a perda que trazia no âmago.

Texto sob influência direta da minha Diva e Mestre Clarice Lispector e seus Laços de Família.

Vento, ventania.

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A força do vento está no horizonte sempre aberto. Nos montes que o impele a voar mais alto, nas folhas do outono que lhe atribue beleza.
O vento, assim como nós, sobrevive das inúmeras mutações que sofre. Com um sorriso, olhos brilhantes e um rubor na face vai o vento beijar os lábios dos amantes por natureza.
Tenho visto, com muita frequência, o poder de sua soberania; de longe se faz de brisa e nos pega de surpresa feito um tufão.
Certo dia, enquanto bebericava o chocolate quente que o papai fez em um fim de tarde, atribui valores ao nosso amigo de espírito. Foi difícil encontrar características sólidas, mas por fim, a tarefa rendeu mais que o esperado.
Não vou relatar minhas conclusões, elas são tão surreais e pessoais que me envergonha expulsá-las de mim. Mas garanto que nessa história não há tragédias nem preconceitos... 
E no meu presente de Brasília-Capital-Nacional vou me aconchegando no moço sem face, na ventania ciumenta.
Vou observando alegremente o vento lamber minhas pernas, e levantar meu vestido para me fazer corar.

Aparências

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Parte 1

Olhou para o relógio ultrapassado, pendurado na parede da sala, com ar desprezível.
Causava-lhe enjoos estar ali, naquele lugar mais um bar que uma casa. Pegou a calcinha do chão e a vestiu com pressa. Se conseguisse sair sem fazer barulho, poderia chegar em seu apartamento antes do Joe acordar.
Abotoou o sutiã pelo avesso, passou o vestido pela cabeça e segurou os sapatos de salto agulha com uma mão enquanto com outra, tentava localizar debaixo do sofá, a bolsa de couro vermelha.
Não se prestou ao papel de se olhar no espelho, sabia bem o que encontraria refletido, e precisava sair antes que seu acompanhante resolvesse repetir a noite passada.
Chamou um táxi pelo celular, abriu a porta da pocilga onde estava batendo-a atrás de si sem dizer adeus.
Caminhou para a esquina da rua onde havia marcado com o taxista; deu o seu endereço, podendo enfim, respirar em segurança.
Tentava entender o prazer que sentia em se auto-flagelar, mas esse agora, era o menor dos seus problemas.
O que diria a Joe? Como explicaria o fato de não dormir em casa? Como viveria se ele a deixasse?
Apagou instantaneamente as perguntas. Pensar nas respostas não diminuiria o erro, não a faria menos vagabunda.
Voltou dos seus devaneios quando o taxista parou em frente a um prédio. Olhou pela janela, pegou o dinheiro na bolsa, desceu do carro e ficou meio segundo contemplando a manhã, a suavidade do sol que brincava em sua pele e o carinho que o vento fazia em seus cabelos.

Parte 2

O porteiro lhe deu bom dia e ela seguiu para o elevador. Apertou o número quatro e esperou o solavanco costumeiro que ocorre sempre que o elevador sobe os andares.
Girou a chave na fechadura, entrou no estilo bailarina seguindo para a cozinha onde ligou a cafeteira.
Joe não estava acordado. Arrumou os brinquedos dentro do baú de madeira que seu pai havia entalhado anos antes, quando era apenas uma garota infantil e inocente.
Arrancou do corpo as roupas sujas, fechou a porta do boxe e permitiu que a água quente levasse embora toda a orgia da noite passada.
"Apesar de tudo, resolvi pedir a ajuda dele e como da outra vez, só ele pode me ser util agora", disse baixinho enquanto enxaguava o corpo perfeito que a natureza lhe dera.
Havia três anos que não entrava em contado com seu terapauta, mas deixou um recado com a secretária do médico essa manhã enquanto voltava para casa. Dessa vez terminaria o tratamento, estava convencida disso.
Pegou o roupão no gancho e foi ver o Joe, uma hora teria que encará-lo.
- Mãe, é você?
- Sou eu querido.
- Onde esteve?
- Aqui querido.
- Aqui? Eu fui ao seu quarto... Mãe, eu não te vi.
- Precisei sair, mas está tudo bem agora.
- Posso ver o papai hoje?
- Claro meu bem, agora já para o banho senão vai chegar atrasado na escola.
- Daqui a cinco minutos eu vou!
- Cinco minutos Joe, cinco minutos...
Arrumou a mesa para o café-da-manhã e jurou nunca mais agir assim, tão repulsiva e vil. Lembrou do sorriso do filho e das mãos sujas do homem dentro do seu vestido, estremeceu de tanto nojo...
Joe sentou-se à mesa, bebericou o leite morno em sua xícara decorada com filhotes de cachorro empenhado em convencer a mãe a deixá-lo ir para uma festinha na casa de um amigo no final de semana. 
A mulher concordava balançando a cabeça, dando pouca atenção ao filho, perdida em outra realidade.
Se esquecera das promessas feitas um minutos após o nojo lhe subir à garganta.
Estava agitada. Seu terapeuta teria que esperar, suas repreensões e bom senso teriam que esperar. 
Ela permaneceu concentrada, mesmo sem perceber, traçando novas formas de seduzir sua próxima vítima.
70ª Edição Conto/História
Esse texto é para que a imaginação corra solta. Aos poucos, todos os comentários serão respondidos e em breve eu estarei de volta como antes. Um beijo enorme aos leitores queridos!

Quase um segredo.

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Paulinha conheceu Júlio na quinta série, ele era um garoto baixo, magro, de óculos garrafais no rosto, aparelho maciço nos dentes, extremamente tímido. Raras vezes conseguia encarar uma menina e, muito dificilmente, possuía coragem para falar com ela mesmo que fosse para pedir o apontador emprestado.
Paula era o seu oposto; falava pelos cotovelos, ria de tudo e distribuía abraços sempre que via uma amiga cabisbaixa ou um garoto chorando num canto qualquer. 
Sua mãe conservava a mesma inocente cordialidade do ensino fundamental e ela esperava poder fazer o mesmo. 

Júlio vinha de uma família serena. Sua descendência japonesa transparecia nos costumes muito mais que na aparência. Vestia-se como um garoto brasileiro normal embora sua avó insistisse que levasse a sério sua cultura, mas em sua idade a formalidade recebia menos importância. 
Seus pais eram passivos, tão calmos que achavam divertido o filho querer ser diferente.
E assim cresceu Júlio: brasileiro em família estrangeira.


Em uma sexta-feira aparentemente comum, as amigas de Paula levaram para a escola um bolo de aniversário, Paula estava ficando mais velha, completara onze anos de vida.
Confeitaram o bolo com jujubas e confetes de chocolate coloridos e puseram sobre ele onze velinhas cor-de-rosa; a cor favorita dela. Estenderam uma toalha amarela no gramado sob a maior árvore do pátio, arrumaram os copos e pratinhos ordenadamente e os talheres foram enfileirados presos aos guardanapos de papel.
Mentiram tão descaradamente que Paula não sonharia, nem se vivesse mil anos, com essa surpresa.
Sendo assim, tudo ocorreu, quase, como deveria ser segundo os planos das suas amigas.


Paulinha, atenta aos mínimos detalhes viu no outro extremo do pátio o garoto estranho da sala.
Ela sabia que ele não tinha amigos e que era uma pessoa tímida. Ela já tentara puxar assunto outras vezes, mas ele sempre ficava vermelho demais para dar uma resposta.
Em meio aos gritinhos de prazer das garotas que a cercavam, pedaços de bolos que eram servidos, brigadeiros e guaraná ela levantou da toalha amarela com seu pedaço de bolo na mão e foi sentar, do outro lado, com o garoto que ela só conhecia o nome.
Sentou sem dizer uma palavra, nem mesmo um "oi", estendendo o prato com bolo para que ele comesse um pedaço.
Ele a olhou de soslaio, ponderou a situação, mas aceitou sem protestos o bolo oferecido pela menina. E ali ficaram comendo o bolo sem trocar palavras enquanto as amigas de Paula a fitavam severamente.
Magoadas, elas perderam o interesse na festa, guardaram tudo e seguiram para a sala.
E foi assim que Paula conheceu Júlio e desde então eles são inseparáveis.

Brincaram juntos de bicicleta, patins e pula-corda. Ele aprendeu a não achar infantil demais brincar de boneca e ela aprendeu a respeitar suas partidas de futebol-de-botão. Júlio ensinou Paula a nadar quando se tornaram grandes o bastante para ir à praia sem seus pais, e ela o ensinou a beijar, dançar e todas as outras coisas que só se aprende quando se ama.

Agora com vinte e seis anos (a mesma idade que Paula) Júlio pretende pedi-la em casamento, porém tem medo.

Senti um medo mortal, um medo que faz seus músculos tremerem sob o terno azul-marinho. Um medo que se funde aos ossos. Nunca sentiu nada parecido, mas sabe que a sua decisão é a correta. É a única decisão a tomar.
Ele a ama e a amará para sempre custe o que custar.
Recebe a bênção da sua avó e a ouve dizer que agora poderá morrer em paz; ele já é homem feito.
Sua mãe lhe dá de presente o seu anel de noivado e diz ao filho o quanto foi feliz e o quanto continua sendo.

Paula acordou nervosa essa manhã. Não sabia explicar o que tinha acontecido ou o que iria acontecer, mas sabia que era algo grande, algo que mudaria sua vida. Tentou telefonar para Júlio, mas o telefone estava ocupado. Viu toda a sua insegurança de adulto jorrar como num cano estourado. Sua mãe tagarelava coisas sem sentido para acalmá-la, mas não fazia efeito. Apenas Júlio conseguiria deixá-la relaxada, segura.
Em seu ser pressentiu a magnitude desse dia, respirou fundo e tentou ficar tranqüila.
Sua mãe, sabendo as intenções de Júlio, fez com que a filha vestisse o mesmo vestido que usou quando foi pedida em casamento. Paula suou frio, chorou durante meia hora, andou de um lado para o outro e por fim, vestiu o vestido que lhe coube ainda melhor que em sua mãe.

No clímax do desespero as duas mulheres ouviram emocionadas o som da campainha. 
Saindo correndo Paula abriu a porta e se deixou perder no poço fundo e escuro que eram os olhos do seu amado; o tormento das horas de espera se dissipou feito nuvem em dia de sol.
Júlio não permitiu que ela falasse nada, apenas colocou o anel em seu dedo, deu-lhe um beijo apaixonado e deixou que o tempo lhe carregasse para o passado. 
Ficaram ali, parados na porta, contemplando um ao outro, olho no olho, sorriso por sorriso. Fizeram exatamente como quando crianças no dia em que Júlio conheceu Paula, no dia que Paula lhe ofereceu um pedaço de bolo.


"Você me faz bem quando chega perto com esse seu sorriso aberto."

73ª Edição Musical, Bloínquês
O texto é enooooooorme, eu sei. Dá vontade de fechar a página só de olhar. Mas acredito que seja o meu texto mais inocente, mais doce, mais repleto de delicadeza. Amor em sua essência, ser primitivo.

Rebeca C. Souza

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Por outras faces:

"Baiana, 20 anos e um punhado de lembranças, faces e gestos que a fazem um mosaico abstrato pseudo poeta.
É sagaz, quando quer. É engraçada, quase sempre. É amiga, toda hora. E é pouco racional quando o assunto é amor. É daquelas que amam mesmo, muito e tudo. E é daquelas que quando não amam não há santo nem demônio que as façam amar.
É geminiana, e isso requer cuidado. É irônica, e isso merece humor. E é um caminhão-baú de coisas que ela sabe bem, mas finge que não.
Seu blog, o About my Truth, surgiu mais para agradar uma amiga do que do desejo de expor seus textos. Agora faz do seu canto um mar de sinceras, felinas e açucaradas verdades. Tudo junto assim. Tudo na mesma página. Que é para preencher a lacuna dos corações desafortunados e para fazer sorrir frente as outras tristezas de se viver tão só em um mundo superlotado.
Cursa Engenharia na Universidade Federal de Brasília, mas não sabe o motivo. Nunca soube. Vai levando e vai gostando e desgostando. Vai aprendendo e vai mudando e um dia, se assim o for, larga tudo e vai embora.
Livro é comida, para ela, da mente e da alma. E música, para ela, é o carinho que a faz sorrir. 
Ela é assim, toda multi facetada. E no mais, é se deixar descobrir."
***
"Blogueira por acidente, escritora por vocação Rebeca divide seu tempo entre as responsabilidades do curso de engenharia e o amor incondicional às palavras.
Mesmo sendo filha da Bahia já se aventurou em outros estados e agora pretende conhecer o mundo; 20 anos e um sorriso de alegrar quarteirão. 
Chata nas horas vagas, irônica por diversão, alto astral por natureza e um punhado de certas incertezas que são as singularidades da vida. 
Tem uma sinceridade de dar raiva, mas é amiga, sempre amiga.
Adora falar difícil assuntos bobos, e adora mais falar brincando assuntos sérios.
É uma incógnita, é verdade. Porém se deixar ler quando é preciso."

É, fazendo 20 anos amanhã. Nada como resgatar algumas coisas que já foram escritas para me fazer legível em outros espaços. beijo beijo.

Só são belas palavras.

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Nada como a cordialidade aparente. Como essa troca de favores desejosa em prender o outro aos seus caprichos.
Nada como essa nossa humana camuflagem feita em seda. 
Linda, engomada, passada e bem vestida em quem lhe cabe.
Capa para esconder o corpo ausente, capuz cara esconder a face fria.
E penso nessas horas sinceras em que me devoto a quem sou se poderia eu ser mais.
E posso ser?
E penso também no que poderia fazer se fosse mais.
E posso fazer?
E me dou a outras questões tão mais complexas que essa cordialidade aparente.
E posso pensar?
Eis então o problema!
Se reconheço que penso por estímulo, por ação externa e não por inspiração profunda, como posso eu ser-fazer?
Eis então outro problema!
Já que vejo aqui tratados e não merecimentos, e vejo também o egoísmo de quem quer tudo para si e que se danem os outros.
Como eu disse, nada como a cordialidade aparente.
Afinal, espera-se o tombo para poder cutucar as feridas.




- Nada como um balde de água fria na cara
para te fazer ver além do que nos foi permitido.

 
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